Mourão defende que Bolsonaro siga princípio da antiguidade para escolher comandante do Exército

“Julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade. Até porque foi uma substituição que não era prevista", afirmou o vice-presidente, general Hamilton Mourão

Hamilton Mourão
Hamilton Mourão (Foto: Reprodução)


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247 - Diante do impasse entre o Planalto e o Alto Comando do Exército para escolher um novo comandante para a Força, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu que os novos comandantes das Forças Armadas sejam escolhidos respeitando o critério de antiguidade entre os oficiais mais graduados do Exército, Marinha e Aeronáutica.

“Julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade. Até porque foi uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição prevista, é distinto. Então se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile”, afirmou

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Mourão também minimizou a troca nos postos após Bolsonaro demitir o general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa para colocar o general Walter Braga Netto, que demitiu os comandantes das três Forças Armadas. O vice reforçou que cabe a Bolsonaro escolher.

“O presidente tem a prerrogativa de mudar ministro, comandante de força também. Não é problema isso aí. Qualquer um que for assumir o comando das forças vai manter a mesma forma de atuar. As Forças Armadas atuam dentro de um tripé, que é a legalidade, ou seja, atento à missão constitucional e aquelas que são dadas pelas leis complementares; dentro da legitimidade que as Forças Armadas têm, porque a nação há muito tempo decidiu que tinha que ter Forças Armadas ; e sempre dentro da estabilidade, ou seja, dentro dos seus princípios e valores. Não muda nada”, reforçou.

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Impasse entre Bolsonaro e Alto Comando

A nomeação do novo comandante do Exército está num impasse. O preferido de Jair Bolsonaro é o general Marco Antônio Freire Gomes, atual Comandante Militar do Nordeste, que não foi incluído na lista de nomes enviados pelo Alto Comando da Força, que preza pelo cumprimento da hierarquia dentro da entidade.

Por outro lado, segundo Malu Gaspar, no jornal O Globo, as listas enviadas pela Marinha e Aeronáutica traziam os nomes que Bolsonaro queria: o Almirante Almir Garnier, secretário-geral do Ministério da Defesa, e o Brigadeiro Carlos Almeida Batista Júnior, comandante-geral de apoio da FAB.

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No caso do Exército, se Bolsonaro nomear alguém de fora da lista, pode haver uma crise entre ele e o Alto Comando. A lista traz os nomes dos cinco generais mais antigos. Décio Luís Schons (chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército), general José Carlos de Nardi (General de Exército), José Luiz Freitas (Comandante de Operações Terrestres), Marcos Antônio Amaro (chefe do Estado-Maior do Exército), general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Departamento-Geral de Pessoal).

Braga Netto se reúne com Schons

O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, vai se reunir na quarta-feira, 31, com o general de Exército Décio Luís Schons, atual chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) que é cotado para substituir Edson Pujol no comando do Exército.

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Schons é o general mais antigo do Exército na lista de substitutos de Pujol. O favorito de Bolsonaro era o general Marco Antônio Freire Gomes, atualmente no Comando Militar do Nordeste. Como Freire Gomes era mais novo que outros seis generais, sua nomeação representaria uma quebra na hierarquia da Força. Com Schons, este problema é resolvido.

O general Schons também é integrante do Alto Comando do Exército, ele entrou na Força em 1973. Como Oficial-general, comandou a Escola Superior de Guerra, a 2ª Divisão de Exército e a 6ª Brigada de Infantaria. Foi também Diretor de Avaliação e Promoções, no âmbito do Comando do Exército, e Diretor do Departamento de Desporto Militar, Subchefe de Política e Estratégia e Subchefe de Assuntos Internacionais, no Ministério da Defesa.

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Braga Netto demite comandantes das Forças Armadas

Em reunião com os três chefes das Forças Armadas - Pujol (Exército), Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) - e o seu predecessor no ministério da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, Braga Netto anunciou a substituição dos três oficiais. Netto assumiu o ministério nesta segunda-feira, 29, após Jair Bolsonaro realizar uma reforma geral nos ministérios do governo federal.

Segundo a jornalista Miriam Leitão (O Globo), Bolsonaro demitiu o general Fernando Azevedo justamente para tirar o general Edson Pujol do comando do Exército. Ela alegou que Pujol não queria usar a Força como instrumento pessoal de Bolsonaro e tinha o apoio do então ministro da Defesa.

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Além disso, entrevista do responsável pelo departamento-geral de pessoal do Exército, general Paulo Sérgio, para o Correio Braziliense, defendendo o isolamento social e o uso de máscaras para preservar os integrantes da Força diante da pandemia teria sido mais um dos pretextos de Bolsonaro para demitir o ex-ministro.

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