Moro é visto desconsolado no Senado após aprovação de Cristiano Zanin para o STF
Novo ministro do Supremo recebeu o apoio de juristas e parlamentares
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247 - O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi visto desconsolado nesta quarta-feira (21) no Senado após o plenário da Casa aprovar o advogado Cristiano Zanin Martins para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em 2021, declarou a suspeição do parlamentar e ex-juiz da Operação Lava Jato nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela indicação do novo juiz da Corte.
Senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), e os deputados federais José Guimarães (PT-CE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) elogiaram Zanin, que também recebeu o apoio de ministros do STF e do jurista Marcelo Uchôa.
O advogado Cristiano Zanin defendeu Lula nos processos da Lava Jato. O petista conseguiu pelo menos 26 vitórias judiciais, de acordo com informações publicadas pelo Instituto Lula em agosto de 2022. Um ano antes, o STF declarou a suspeição de Moro e o atual presidente da República teve os direitos políticos devolvidos. No mesmo ano em que disputou a eleição, Moro foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral. Por consequência, decidiu ser candidato pelo estado do Paraná.
A partir de 2019 começaram a ser publicadas na imprensa nacional trechos de conversas na Lava Jato entre Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR). De acordo com os diálogos, quando era juiz, o atual senador interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas por promotores - estes decidem se denunciam ou não a pessoa investigada. Se optarem pela denúncia, ela deve ser enviada ao juiz ou juíza, que apenas decide se condena ou não, sem interferência nos argumentos dos acusadores.
Em março de 2023, o advogado Rodrigo Tacla Duran implicou Moro em tentativa de extorsão na Lava Jato. Em entrevista ao 247 no começo deste mês, o empresário Tony Garcia comentou sobre irregularidades na operação. Ele disse que foi instruído a ser entrevistado pela Veja e dar informações à revista que pudessem prejudicar o ex-ministro José Dirceu (PT).
O delator também disse que, a mando de Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. O empresário afirmou que o senador chantageou a rede Walmart. Na visão de Garcia, Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira".
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