MDB resiste a cargos de Bolsonaro, mas enfrenta divergências internas

O MDB, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff, tenta ficar próximo ao poder, mas distante da indicação de cargos e investidas de Jair Bolsonaro, que vê sua popularidade derreter cada vez mais

(Foto: Divulgação)


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247 - Nas crises política, econômica e do coronavírus, o MDB tenta ficar próximo ao poder, mas distante da indicação de cargos e investidas de Jair Bolsonaro, mas enfrenta resistência interna de parlamentares que cobram espaço na máquina pública.

O partido, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff em 2016, esteve próximos ao governo desde a redemocratização e agora evita o elo com o bolsonarismo na sua estratégia de renovação. Pesquisa CNT/MDA apontou que, de janeiro a maio, a avaliação negativa do governo Bolsonaro aumentou mais de dez pontos percentuais, ao subir de 31% para 43,4%. De acordo com o levantamento, 55,4% dos entrevistados não aprovam o desempenho pessoal de Bolsonaro.

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A bancada emedebista está alinhada a projetos econômicos liberais e tem dois senadores como líderes que trabalham por Bolsonaro. No Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO).

"A maioria do MDB quer o partido independente. Tenho de presidir o partido nessa direção", afirmou o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) em entrevista ao portal Uol. "Não podemos trocar cargos por apoio político. Devemos fazer o que já fazemos desde 2019: votar os projetos de interesse do País. Em especial, aqueles que convergem com o que acreditamos, como a agenda de reformas e de recuperação econômica", acrescentou.

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A bancada ruralista, uma das bases de apoio a Bolsonaro, indicou Tereza Cristina para o ministério da Agricultura. O líder da frente na Câmara, Alceu Moreira (RS), é outro braço do MDB que tem abertura junto ao governo e à estrutura da pasta.

Sem indicar em quais cargos poderia atuar, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA),defendeu "entrar no governo (com cargos)". "Uma coisa é negociar e entrar para roubar, outra é para construir juntos. E é isso que a gente quer. Então, se assumirmos alguma pasta e entregarmos um trabalho bem feito, o carimbo desse mérito vai para o MDB", disse.

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O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), considerou que o partido não pode fazer um alinhamento automático a Bolsonaro.m "Acho que o [ex-presidente do MDB] Ulysses [Guimarães] vai chamar São Pedro e falar 'me dá uma chance de ressuscitar'", disse.

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