Marco Aurélio alfineta Celso de Mello após mudança sobre recurso de Bolsonaro para o plenário presencial

Ministro provocou o decano depois que este tirou do plenário virtual o julgamento sobre recurso de Bolsonaro que pede para que seu depoimento seja por escrito: “levou 46 páginas, nem tenho tempo para escrever tanto”

Marco Aurélio Mello e Celso de Mello
Marco Aurélio Mello e Celso de Mello (Foto: STF)


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247 - Decisão do ministro decano Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de alterar para o plenário presencial o julgamento do recurso de Jair Bolsonaro, que pede para depor por escrito - e não presencialmente - no processo que apura se houve interferência do governo na Polícia Federal gerou mais um episódio de tensão com Marco Aurélio Mello.

A decisão de levar o recurso para o plenário virtual foi tomada inicialmente por Marco Aurélio, durante a licença médica de Celso de Mello, o que teria irritado profundamente o decano, fazendo-o antecipar seu retorno à Corte. Em uma decisão que reverteu a posição de Marco Aurélio, portanto, ele voltou o caso para o plenário presencial.

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Para fundamentar seus argumentos, fez um voto de 46 páginas, motivo de provocação por parte de Marco Aurélio, segundo apuração de jornalistas da CNN Brasil. “Vejo com bons olhos a decisão de Celso de Mello, quanto maior visibilidade ao julgamento, melhor”, disse o magistrado, se referindo à transmissão da sessão pela TV Justiça.

Segundo o repórter Igor Gadelha, Marco Aurélio afirmou ainda que seu próprio voto, que levou o caso para o plenário virtual, havia sido bem fundamentado, porém “não com a fundamentação do ministro Celso, que levou 46 páginas para obrigar o presidente Jair Bolsonaro a depor presencialmente. Não precisei de tanto e nem teria tempo para escrever tanto”. 

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Em seu despacho, Celso de Mello afirmou que Marco Aurélio “não poderia” ter tomado tal decisão em sua ausência, indicando o clima tenso entre os dois. Celso de Mello, que se aposentaria no início de novembro, antecipou sua saída definitiva do Supremo para 13 de outubro.

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