Marcelo Bauer a poucas horas do veredito do júri

Ele acusado de ter matado com 19 facadas e um tiro na cabea a ex-namorada, Thas Muniz Mendona; antes disso, a estudante de letras foi sequestrada, quase enforcada e asfixiada com substncia txica; o crime aconteceu em julho de 1987; Bauer fugiu do pas e se refugiou na Europa; sete testemunhas foram ouvidas nesta quinta-feira (12) durante o julgamento



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Brasília 247 – 24 anos foram necessários para que o Marcelo Bauer, hoje com 45 anos, fosse julgado pelo assassinato da ex-namorada Thaís Muniz Mendonça, entre os dias de 10 e 11 de julho de 1987. A audiência começou na manhã desta quinta-feira (12) e a posição dos jurados está prevista para ser conhecida ainda hoje. O julgamento acontece sem a presença de Bauer, que está foragido.

Enquanto a família da jovem estudante de letras tentava se acostumar com a sua ausência, Bauer partiu para a Dinamarca logo depois de ser indiciado. Quando a justiça conseguiu a sua extradição, ele se mudou para a Alemanha, onde conseguiu a cidadania alemã e por isso não pode ser extraditado.

Bauer é acusado de ter sequestrado Thaís no campus da Universidade de Brasília. Após asfixiá-la com substância tóxica e deixá-la completamente desfalecida, a jovem foi levada para o carro. De maneira cruel, Marcelo desferiu 19 facadas no peito de Thaís. Depois foi para um matagal perto da SQN 415, na direção do Lago Norte, e deu um tiro na cabeça da namorada.

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O Julgamento

Das seis testemunhas de acusação intimadas, cinco compareceram, entre elas a mãe e a irmã da vítima. A defesa do réu chamou três testemunhas, mas apenas uma compareceu ao julgamento no Tribunal do Júri de Brasília.

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A primeira a ser ouvida foi Vera Mendonça, mãe de Thaís. Ela contou que teve dificuldade para registrar a ocorrência do desaparecimento da filha e que no mesmo dia que Thaís sumiu, os pais de Marcelo Bauer foram até a casa dela contar que ele também não estava sendo encontrada. A irmã de Thaís, Lavinea, também foi interrogada, mas disse não se lembrar muito do caso pois à época tinha 14 anos. Ela disse que a irmã estava sendo perseguida.

Durante as falas, Lavinea contou que a irmã de Bauer, Fabiane, passou mal quando usava éter na casa dos Mendonça, em fevereiro de 1987. Fabiane não resistiu e faleceu. O irmão de Marcelo Bauer, André, em seu depoimento falou que a morte da irmã abalou muito Marcelo, que chegou a precisar de tratamento psicológico. A mãe de Marcelo, Miriam, também foi ouvida. Ela acusou os Mendonça de terem negado ajuda a Fabiane. Sobre a morte de Thaís, ela diz não se recordar muito bem, e que no dia do seqüestro ela e o marido estavam em um evento.

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Também foram ouvidos dois estudantes da UnB que presenciaram uma briga entre Marcelo e Thaís no dia do desaparecimento. Ilídio da Silva falou que Marcelo tentava enforcar a namorada, e que teria fugido em um VW Passat amarelo. Renata Maestro contou que reconheceu a camisa que Bauer estaria usando no dia do crime, a roupa estava com manchas de sangue. O irmão de Bauer afirmou, no depoimento de hoje, que a camisa era dele e estaria suja de sangue de um machucado.

A outra testemunha foi Sérgio Marques, amigo do casal. Ele contou que perguntou a Marcelo Bauer se era verdade a história divulgada pela imprensa, e o acusado teria ficado em silêncio.

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André Bauer contou ainda que o irmão ganhou uma arma dois anos antes da morte de Thaís. À época, ele não reconheceu o veículo encontrado pela polícia como de Marcelo.

A extradição

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Marcelo Bauer encontra-se foragido desde a época do crime e está sendo julgado à revelia. Ele foi localizado 13 anos após o ocorrido, na cidade de Aarhus, na Dinamarca, onde já estaria morando há oito anos. Na ocasião, ele chegou a ser preso pela Interpol, permanecendo detido por oito meses. O Ministério da Justiça, então, pediu sua extradição que foi aceita pelo governo dinamarquês. No entanto, a defesa de Bauer recorreu à corte de justiça de Aarhus e a extradição foi suspensa e o brasileiro foi liberado.

Diante da decisão da corte de Aarhus, o governo brasileiro apelou para a Suprema Corte da Dinamarca. A extradição foi então autorizada, mas Marcelo não se encontrava mais em solo dinamarquês. Marcelo neto de alemão, solicitou cidadania junto àquele país. A Interpol voltou a localizá-lo naquele país. Em 2002, o governo alemão negou a extradição de Bauer, após pedido formulado pelo Brasil.

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A cidadania alemã impediu sua extradição. Na época, a juíza Leila Cury, então substituta do Tribunal do Júri de Brasília, empenhou-se em conseguir a extradição do réu ao lado das autoridades brasileiras envolvidas no pedido, o que não ocorreu.

Com informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e do Correio Braziliense.

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