"Mané Garrincha é um estádio à altura do país"
Qem diz isto é o o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, que comemora o “gigantesco sucesso” do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha: "uma resposta contundente a várias críticas que foram feitas de que o estádio seria um fiasco, um elefante branco e não teria retorno para a cidade"; ele afirma que os gestores públicos precisam pensar grande para garantir o futuro do País; confira a entrevista na íntegra
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Natasha Dalmolin, do Brasília na Copa - Em entrevista ao Portal Brasília na Copa, o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, comemora o “gigantesco sucesso” do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, "uma resposta contundente a várias críticas que foram feitas de que o estádio seria um fiasco, um elefante branco e não teria retorno para a cidade", e afirma que os gestores públicos precisam pensar grande para garantir o futuro do País.
Na conversa com a equipe de reportagem, na Costa do SauÍpe (BA), onde foi realizado o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014, na última sexta-feira, Fernandes destacou que o país entra, agora, numa nova fase na organização da competição, que inclui a conclusão dos estádios e a elaboração de um mapa indicativo do deslocamento de seleções e torcedores.
Quais os próximos desafios, agora, na avaliação do Ministério dos Esportes, para a organização da Copa do Mundo após o sorteio dos grupos?
A preparação da Copa do Mundo entra em uma nova e decisiva fase. Com a definição dos grupos, podemos saber quais serão as demandas de deslocamento das seleções e dos árbitros. Vamos poder traçar um mapa do deslocamento dos torcedores. E com base no sorteio e na venda dos ingressos, vamos trabalhar na integração dos planos operacionais das cidades-sedes. Além disso, precisamos completar a entrega dos estádios. Com tudo isso definido, vamos traçar as ações de infraestrutura que terão que ser executadas para garantir o sucesso da Copa.
A experiência com a Copa das Confederações será fundamental para traçar essas ações?
A Copa das Confederações foi um grande sucesso, em todos os sentidos. No sentido técnico, com a qualidade dos jogos; com os novos estádios inaugurados; na infraestrutura de serviços que apoiou o evento. Tudo isso foi bem avaliado pelos jornalistas e pelos torcedores.
O principal ganho que tivemos e que nos enche de confiança foi esse modelo de governança integrado, entre governos federal e local, com ações conjuntas, em parceria também com o Comitê Organizador Local, o COL. Conseguimos estabelecer um ambiente de confiança mútua e de confiança em relação à entrega dos resultados. Mostramos que todos nós estamos comprometidos com um bom resultado da Copa do Mundo. E a nossa imagem e o nosso reconhecimento estão associados à boa realização da Copa do Mundo.
Como o senhor avalia o desempenho do Estádio Mané Garrincha desde a Copa das Confederações?
Um gigantesco sucesso. E serve de resposta contundente para várias críticas que foram feitas de que o estádio seria um fiasco, um elefante branco e não teria retorno para a cidade. Pelo contrário, os dados são impressionantes. Os números referentes a público dos primeiros quatro meses mostram que o Estádio Nacional de Brasília já superou as quatro décadas anteriores do antigo Mané. Isso mostra o acerto que foi investir no estádio, que não é uma arena qualquer, já que está localizado na capital do Brasil. E, por isso, tem que estar à altura do país que quer se projetar para o mundo. Então, não cabe ao gestor público pensar pequeno sobre o futuro do país.
Nós temos que pensar grande. Sempre almejar projetar o Brasil, entendendo que a contraposição dos investimentos na construção dos estádios com investimentos em educação e saúde é uma falsa contraposição. Os investimentos feitos na projeção do Brasil, na qualificação do turismo, nas atividades esportivas e culturais no Brasil, a partir das novas arenas, fazem parte de uma cadeia de desenvolvimento, que fortalece a receita pública e torna mais sólida as ações de investimentos em serviços públicos de saúde e educação.
O senhor fala em investimentos. Mas, para alguns, são custos. Por que é difícil entender essa diferença?
Não sei se vamos superar isso por completo, porque é um traço marcante, embora minoritário, da nossa cultura, que vem das nossas origens de Portugal. Trata-se daquela imagem criada por Camões, do Velho do Restelo. Um velho rabugento que ficava à beira do Rio Tejo maldizendo as caravelas que partiam para descobrir o mundo. Dizia que não ia dar certo, que iam afundar. Se os gestores públicos daquela época tivessem dado ouvidos ao velho, nem o Brasil existiria.
Então, esse traço vai estar sempre presente, de pessimismo, de não confiança na própria capacidade do Brasil. Aquilo que o Nelson Rodrigues batizou de complexo de vira-latas, de que o nosso papel sempre será secundário, que não temos a estirpe de maiores voos. E isso nós temos que superar coletivamente. Mas sempre vai ficar o embrião em que o fantasma do Velho do Restelo vai nos assombrar.
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