Mandetta admite dificuldades para comprar respiradores e pede racionalidade aos países

Diante do cenário, Mandetta recomendou mais uma vez que as pessoas diminuam a atividade social com o objetivo de reduzir o contágio, voltando a contrariar a posição do presidente Jair Bolsonaro, que defende a volta das pessoas ao trabalho para recuperar a atividade econômica

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta;  participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento ao covid-19 no país
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento ao covid-19 no país (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)


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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu nesta sexta-feira que o Brasil tem tido dificuldades para comprar respiradores e outros insumos de auxílio no combate ao novo coronavírus e reforçou a necessidade de que as pessoas diminuem a atividade social para reduzir o avanço do contágio no país.

Mandetta disse, em entrevista coletiva diária no Palácio do Planalto sobre o coronavírus, que o país continua num “momento difícil” em termos de abastecimento e contou que nesta sexta-feira foi frustrada a confirmação de compra de 680 respiradores pelo Nordeste que viriam da China.

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“O mundo inteiro compra da China, isso fez com que atravessássemos fevereiro e março sem poder adquirir de lá”, disse ele, citando o fato que o país —que foi a origem do coronavírus— voltou inicialmente a sua produção de insumos apenas para abastecer o mercado interno.

“Temos aí uma coleção de problemas que vão se somando neste mercado”, acrescentou Mandetta, que nesta semana já havia reclamado de compras enormes dos Estados Unidos na China que tinham derrubado compras do Brasil.

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O ministro fez um apelo por racionalidade dos países na hora de fazer compras de insumos e equipamentos no momento em que a pandemia se espalha pelo mundo.

Diante do cenário, Mandetta recomendou mais uma vez que as pessoas diminuam a atividade social com o objetivo de reduzir o contágio, voltando a contrariar a posição do presidente Jair Bolsonaro, que defende a volta das pessoas ao trabalho para recuperar a atividade econômica.

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Na véspera, Bolsonaro disse em entrevista à rádio Jovem Pan que falta humildade ao titular da Saúde e que ele deveria ouvi-lo mais. No entanto, pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostrou que o Ministério da Saúde tem uma aprovação mais de duas vezes superior à atribuída a Bolsonaro.

O ministro recomendou “fortemente” por parte da sociedade e dos governadores que mantenham medidas de contenção social e justificou que cada pessoa que deixa de ir para um centro de terapia intensiva (CTI) é um insumo que está se economizando.

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“A gente sabe que mais na frente pode ter uma espiral de casos”, considerou.

Mandetta também voltou a levantar suspeitas sobre as informações da China a respeito dos casos no país, colocando em dúvida inclusive o número de casos relatados pelo país asiático.

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Segundo o ministro “é digno de muitas perguntas” que um país com a população da China tenha tido pouco mais de 3 mil mortes, sem que cidades grandes como Pequim tenham sofrido um colapso de seu sistema de saúde, enquanto países como Itália, Espanha, França, Inglaterra e Estados Unidos têm enfrentado problemas enormes.

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