Maia desmarca reunião sobre lei de proteção a entregadores na pandemia

Encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, havia sido combinado nesta terça-feira (15), após manifestação que reuniu entregadores de aplicativos em Brasília

Manifestação de entregadores em Brasília
Manifestação de entregadores em Brasília (Foto: Cristiane Sampaio/Brasil de Fato)


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Rede Brasil Atual - Em cima da hora, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) desmarcou reunião agendada para esta quarta-feira (16) com entregadores de aplicativos. O compromisso havia sido estabelecido nesta terça-feira após manifestação da categoria em Brasília. Os trabalhadores pressionam para que o Projeto de Lei (PL) 1.665/2020 seja colocado em votação.

A reunião estava marcada para ocorrer às 10h, na residência oficial do presidente da Câmara. Além de representantes dos trabalhadores, também participariam deputados do Psol, que assinam o projeto. Maia, contudo, anunciou a desistência meia hora antes do horário previsto.

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O texto dispõe sobre os direitos dos entregadores que prestam serviços a aplicativos de entrega durante o estado de calamidade pública decorrente da pandemia do coronavírus. O texto, apresentado ainda em abril, tramita em regime de urgência, aguardando despacho de Maia para ser analisado em plenário.

São medidas como seguro contra acidentes e por doença contagiosa, assistência financeira por afastamento devido à contaminação pela covid-19, e a obrigatoriedade do fornecimento de equipamentos de proteção individual. E valeriam tanto para os entregadores que prestam serviço pelos aplicativos como para aqueles contratados diretamente pelas empresas.

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A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), que capitaneava a iniciativa do encontro, relatou o sentimento de “frustração” com o cancelamento. “Vários deles mudaram o horário de retorno aos seus estados na expectativa de participar da reunião com Rodrigo Maia. Cada dia longe de suas cidades sem trabalhar representa menos dinheiro para o sustento de suas famílias. Por isso, seguimos apelando ao presidente da Câmara para que compreenda a situação desses trabalhadores”, afirmou pelas redes sociais.

Breque na capital

Trabalhadores de aplicativos de pelo menos 14 estados realizaram mais uma manifestação, em Brasília, nesta terça-feira (15). Além da aprovação do PL 1.665, eles querem o atendimento das demandas apresentadas durante os protestos anteriores que ficaram conhecidos como “breque dos apps“. Durante a manhã, eles partiram do Memorial JK em comboio pelas ruas da capital federal. Depois foram recebidos, na Câmara, por um grupo de parlamentares.

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Foram duas greves nacionais realizadas em julho. Além da proteção durante a pandemia, a categoria reivindica o estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 2 por entrega, além do aumento do valor pago pelo quilômetro rodado. Exigem também o fim dos bloqueios injustificados pelas plataformas.

“Desde o dia 1°, lutamos pelo reajuste anual dos valores porque, quatro anos atrás, alguns aplicativos pagavam R$ 4 por km rodado. Hoje em dia, pagam de R$ 0,50 a R$ 0,60 por km. Essa escravidão já vem de algum tempo, e a gente não aguenta mais. Todo dia morre motoboy no Brasil, todo dia um motoboy é assaltado. A gente precisa de uma vitória contra os aplicativos. Mas eles têm os melhores advogados do mundo para burlar a lei brasileira”, afirmou Ralf Campos, um dos organizadores da manifestação.

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