Maia acusa Bolsonaro de destruir toda a política ambiental do País, em "tática suicida"
"O governo vai ao longo do ano de 2019 no Ministério do Meio Ambiente desorganizando ou desmontando tudo aquilo que foi construído ao longo de muitos anos, desde a década de 90”, disse o presidente da Câmara
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem promovido um desmonte na área ambiental e destacou que uma agenda contrária à preservação tem um “impacto suicida” na economia e no desenvolvimento do país.
“Infelizmente o presidente Bolsonaro, não é uma crítica, é uma constatação, ele ganha a eleição com uma outra narrativa, com um outro discurso, e vai ao longo do ano de 2019 no Ministério do Meio Ambiente desorganizando ou desmontando tudo aquilo que foi construído ao longo de muitos anos, desde a década de 90”, disse Maia em videoconferência promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Para o deputado, a atuação do governo certamente teve um impacto “muito grande” na imagem do país no mundo e, mais do que isso, desde o final do ano gerou reflexos nas condições de investimento.
Maia lembrou que a agenda ambiental tem sido tratada como uma precondição para investidores estrangeiros atuarem no Brasil. Segundo ele, o capital de investidores, especialmente da Europa, estão saindo do Brasil em razão da política governamental para o meio ambiente.
Diante do fato de que não pode interferir no Executivo, o papel da Câmara, disse, é criar um ambiente para que a política ambiental seja permanente e o debate possa ser feito, reafirmando a importância da área.
O presidente da Câmara citou a criação de grupo de trabalho para discutir ações para a área e destacou, entre pautas prioritárias, tentar avançar em discussões sobre a neutralidade do efeito estufa, o mercado de carbono e uma eventual maior punição para quem desmatar florestas.
Maia destacou que tanto a âncora ambiental como a fiscal --ele tem sido um forte defensor da busca pelo equilíbrio das contas públicas-- são importantes para o país conseguir atrair capital estrangeiro.
REAÇÃO
Ainda assim, o presidente da Câmara constatou que o governo começou a reagir na área ambiental. Ele disse que isso ocorreu após a ida de integrantes da equipe econômica ao Fórum Econômico Mundial de Davos no início do ano e citou como exemplo a escalação do vice-presidente Hamilton Mourão como coordenador do Conselho da Amazônia.
“A realidade se impõe, principalmente em um país com grandes carências como o nosso”, disse.
“Uma agenda na contramão disso (gera) um impacto suicida no crescimento econômico, desenvolvimento do nosso país, pela retração dos investimentos que já começaram a acontecer e vão se aprofundar no futuro”, destacou.
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