Luis Miranda indica que irmão gravou mesmo reunião com Bolsonaro

"Estava com meu irmão [Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde]. E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave [uma conversa para se defender]", afirmou o deputado Luis Miranda ao comentar a possibilidade da conversa com Jair Bolsonaro em 20 de março ter sido gravada. O parlamentar denunciou um esquema de corrupção na importação da vacina Covaxin

Luis Ricardo Miranda e Luis Miranda na CPI da Covid
Luis Ricardo Miranda e Luis Miranda na CPI da Covid (Foto: Pedro França/Agência Senado)


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247 - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sugeriu que o seu irmão Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, pode ter gravado a conversa com Jair Bolsonaro em 20 de março na qual o tema foi o escândalo de corrupção da Covaxin. "Eu não estava sozinho na sala", disse o parlamentar à coluna de Mônica Bergamo. "Estava com meu irmão [Luis Ricardo Fernandes Miranda, do Ministério da Saúde]. E não posso impedir que a pessoa ameaçada grave [uma conversa para se defender]", acrescentou. "Se fosse eu, gravaria", disse o congressista ao ser questionado se o irmão gravou Bolsonaro.

A indicação de que o irmão teria gravado o encontro serve como um antídoto para o deputado Mirando, pois  deputados alinhados ao governo ameaçam levá-lo ao Conselho de Ética da Câmara se ele tiver gravado a conversa com Bolsonaro. Na terça (29), outro parlamentar, Daniel Silveira, foi afastado do cargo por dois meses por ter gravado uma reunião de seu próprio partido, o PSL.

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O deputado Luis Miranda vem denunciando publicamente um esquema de corrupção na importação da vacina Covaxin. As negociações tinham um intermediário e sem vínculo com a indústria de vacina, a empresa Precisa. O valor da compra foi 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante

O parlamentar havia dito que um lobista ligado ao líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), lhe ofereceu seis centavos de dólar por unidade do imunizante para que ele não denunciasse o esquema de corrupção.

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Emails também comprovaram que o Ministério da Saúde negociou oficialmente a venda de vacinas com representantes da Davat Medical Supply. Um membro da empresa disse ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar um contrato

Nesta quinta-feira (1), senadores da CPI da Covid vão ouvir Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply.

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