JBS se recusa a fornecer ao Judiciário contratos com Wassef e diz que advogado não atuou na delação dos executivos
A JBS se recusou a fornecer ao MPF uma cópia dos contratos e da comprovação de prestação de serviços pelo advogado Frederick Wassef, que defendia o clã presidencial e escondeu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e acusado de envolvimento em lavagem de dinheiro
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247 - A JBS se recusou a fornecer ao Ministério Público Federal uma cópia dos contratos e da comprovação de prestação de serviços pelo advogado Frederick Wassef, que também atuava para Jair Bolsonaro. De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a empresa pagou R$ 9 milhões ao defensor entre 2015 e 2020.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu esclarecimentos. Em resposta ao MPF, a JBS afirmou que Wassef atuou no "acompanhamento de procedimentos de natureza criminal". Também negou que ele tenha trabalhado em assuntos relacionados à delação dos executivos e disse que não poderia fornecer os contratos por estarem resguardados do sigilo legal na relação advogado-cliente. O relato foi publicado pelo jornal O Globo.
A Força-Tarefa da Operação Greenfield acionou a 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília pedindo que obrigue a JBS a fornecer a documentação. O pedido foi enviado na noite de quinta-feira (3) ao juiz federal Vallisney de Oliveira, que vai analisar o assunto.
Segundo a força-tarefa, a omissão de informações sobre Wassef pode provocar impactos ao acordo de leniência do grupo J&F, caso haja indícios de que a contratação do advogado envolveu condutas criminosas. "Não se vislumbra qualquer óbice à apresentação dos documentos requisitados pela FT Greenfield, e sim uma recusa indevida em prestar informações, requisitadas no contexto do acordo de leniência", escreveram.
"O que foi solicitado objetivamente foram documentos que demonstrassem a efetiva prestação de serviços advocatícios (se de fato existirem), como contratos da JBS com escritório de Frederick Wassef, notas fiscais, procurações ad judicia correspondentes, lista de inquéritos policiais em que Frederick Wassef atuou, cópias da petições firmadas por Frederick Wassef", diz a manifestação, assinada pelos procuradores da força-tarefa.
Outro lado
A JBS emitiu uma nota. "Como já explicitado em ofício enviado à Força Tarefa Greenfield, e seguindo rigorosamente o que manda a Lei, todo e qualquer documento relacionado à atuação profissional de escritórios de advocacia está protegido pelo sigilo advogado-cliente. Não há tampouco razões para se evocar o acordo de leniência firmado pela J&F para justificar a demanda de tais tipos de documentos à JBS já que ele mesmo prevê que não devem ser apresentados documentos resguardados pelo sigilo profissional", diz o texto.
"Ainda assim, a JBS reforça que os serviços prestados pelo escritório tiveram como finalidade atuação em inquéritos na esfera policial e foram prestados e pagos mediante emissão notas fiscais, sendo a última referente ao ano de 2019".
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