Itamaraty fica em alerta por causa de devassa inédita na diplomacia

Solicitado pela CPI da Covid, o Ministério das Relações Exteriores entregou mais de 2 mil páginas de telegramas, emails, instruções e ofícios internos sobre a reação do governo Bolsonaro na pandemia. Técnicos acreditam que é a maior abertura de documentos oficiais da diplomacia brasileira nas últimas décadas

(Foto: Divulgação)


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247 - O governo Jair Bolsonaro teme que revelações sobre a atuação da rede de postos diplomáticos na pandemia possam abalar o executivo e a sua política externa. Solicitado pela CPI da Covid, o Ministério das Relações Exteriores entregou 700 documentos com mais de 2 mil páginas de telegramas, emails, instruções e ofícios internos sobre a reação da administração federal na pandemia. Técnicos acreditam que é a maior abertura de documentos oficiais da diplomacia brasileira nas últimas décadas. "É a maior devassa", confirmou um assessor parlamentar, em reserva. As informações foram publicadas pela coluna de Jamil Chade, no portal Uol.

Os documentos são alvos de uma batalha sobre a retirada do caráter confidencial de suas informações. Eles foram considerados sigilosos. São troca de informações e telegramas entre a sede da chancelaria em Brasília (DF) e os diferentes postos diplomáticos do país pelo mundo. 

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Um dos telegramas mostrou, por exemplo, que a Covax Facility ofereceu 86 milhões de doses ao Brasil e prevendo até devolver o dinheiro se o governo optasse por mudar de ideia. O governo Bolsonaro comprou somente 43 milhões de doses.

O Itamaraty também foi acionado para buscar insumos para a produção de cloroquina, enquanto na Organização Mundial da Saúde (OMS) o ex-ministro Eduardo Pazuello tentou vender a ideia de tratamento precoce, sem comprovação científica para o tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19.

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