Itamaraty, de Ernesto Araújo, dá 'bronca' na China sobre uso de redes sociais

Governo Bolsonaro, cujos integrantes usam as redes sociais diariamente, fala grosso com os chineses e diz que eles prejudicam sua imagem junto ao Brasil

Ernesto Araújo
Ernesto Araújo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


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247 - O Ministério das Relações Exteriores, chefiado por Ernesto Araújo, enviou uma nota para a embaixada da China, nesta quarta-feira, 25, respondendo crítica do país asiático contra o ataque feito por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), segundo a CNN.

O Itamaraty diz que não é apropriado agentes diplomáticos da China no Brasil tratarem de assuntos por meio das redes sociais.

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"O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através ds redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porvetura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China", diz o comunicado. 

O documento também diz que "o tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida 'Declaração' prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira".

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A embaixada da China no Brasil, chefiada por Yang Wanming, reagiu na terça-feira, 24, a post com fake news publicado pelo deputado Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara sobre a tecnologia 5G da China.

O filho de Jair Bolsonaro disse nas redes sociais na noite de segunda-feira (23), e depois apagou na manhã desta terça, que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. “Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, disse Eduardo Bolsonaro.

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Em nota, a embaixada da China no Brasil afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem "os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar" o país asiático e cercear as atividades de empresas chinesas.

"Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos", acrescentou a embaixada chinesa. 

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"Ao longo dos 46 anos de relações diplomáticas, a parceria sino-brasileira conheceu um rápido desenvolvimento graças aos esforços de ambas as partes. A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil há 11 anos consecutivos e é também um dos países com mais investimentos no Brasil", insistiu. 

"Na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado. Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil", disse.

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