Irresponsável, Bolsonaro não apresenta provas e diz que foi "roubado demais" nas eleições de 2018

Jair Bolsonaro pode estar preparando terreno para contestar o resultado das urnas em 2022, assim como fez seu inspirador Donald Trump

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa - PR)


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BRASÍLIA (Reuters) - Sem apresentar quaisquer provas das alegações, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira a apoiadores que foi “roubado demais” na disputa ao Palácio do Planalto em 2018, mas foi eleito porque, em sua versão, teve “muito voto”.

“Alguns falam que eu fui eleito nesse sistema. Fui eleito porque tive muito voto. Fui roubado demais, quem reclamou que foi votar no 13, tinha problema. Mas reclamou muita gente que foi votar no 17”, disse ele, em declarações no final da tarde no Palácio da Alvorada transmitidas pelas redes sociais.

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Em março deste ano, Bolsonaro disse ter “provas” de que a eleição de 2018 foi fraudada --até hoje não as apresentou publicamente, entretanto. Nas declarações desta sexta, mais uma vez, o presidente não apresentou qualquer evidência que fundamentasse as alegações que fez.

Na conversa com os apoiadores, o presidente voltou a lançar suspeitas sobre o sistema de urna eletrônica de votação, após ter havido um atraso na totalização dos votos do primeiro turno das eleições municipais no último domingo.

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Contudo, segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, a demora teve relação com a falta de testes em um supercomputador que faz a apuração dos votos, sem qualquer relação com fraudes ou ameaça ao resultado das urnas.

Desde 1996, o Brasil adota o voto em urna eletrônica e jamais registrou qualquer episódio consistente de irregularidade no processo eleitoral.

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Em setembro, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a impressão de um comprovante de votação pela urna eletrônica, conforme previa a minirreforma eleitoral de 2015.

Apesar disso, Bolsonaro disse a apoiadores esperar “resolver isso aí” e afirmou que pretende articular com o Congresso a aprovação de uma proposta que garanta o voto impresso para as eleições de 2022. Ele já disse por mais de uma vez que será candidato à reeleição.

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“Ninguém acredita nesse voto eletrônico e devemos atender a vontade popular e ponto final”, afirmou, também sem apresentar evidências de descrença da população na urna eletrônica.

“Tenho certeza que o Parlamento vai resolver, isso é para ser tratado no início do ano que vem, vamos tratar deste assunto aí, a gente vai ter o apoio lá, acho que a maioria quer isso também. Não podemos ter mais eleições complicadas em 2022”, reforçou.

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