Investigado por desvio de R$ 6,1 milhões, Flávio Bolsonaro compra mansão de R$ 6 milhões em Brasília
A mansão luxuosa fica no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul. Flávio Bolsonaro é acusado pelo MP de desviar R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, através do desvio de salários de ex-assessores fantasmas quando era deputado estadual na Alerj
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247 - O senador Flávio Bolsonaro comprou uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília, segundo reportagem do portal O Antagonista. Na semana passada, o parlamentar conseguiu anular no Superior Tribunal de Justiça (STJ) as quebras de sigilo bancário e fiscal do inquérito da rachadinha, no qual ele é investigado por enriquecimento ilícito.
A reportagem anunciou que a mansão luxuosa fica no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, e que Flávio e sua mulher “visitaram discretamente outras casas de luxo, algumas às margens do Lago Paranoá e anunciadas por até R$ 10 milhões”. O senador lavrou a escritura de compra “num serviço notarial de Brazlândia”.
O Antagonista ainda afirmou que parte dos R$ 5,97 milhões utilizados na compra do imóvel foi financiada junto ao Banco Regional de Brasília (BRB), “presidido por Paulo Henrique, nome do governador Ibaneis Rocha, que é aliado do clã Bolsonaro”.
Na campanha eleitoral de 2018, o senador declarou patrimônio de R$ 1,7 milhão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu salário enquanto senador é de 25 mil reais mensais.
No processo da rachadinha, o Ministério Público do Rio de Janeiro, o acusa de desviar R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, através do desvio de salários de ex-assessores fantasmas quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Os promotores destacam, ainda, que, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou R$ 3 milhões em transações imobiliárias com “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”.
Desde a década de 1990, a família Bolsonaro comprou mais de R$ 1,3 milhão em imóveis com dinheiro vivo - a partir de 1996, sete anos depois de Jair Bolsonaro assumir seu primeiro cargo político, em 1989, como vereador da cidade do Rio de Janeiro.
Esquemas divulgados
A prática de compra de imóveis com dinheiro em espécie foi iniciada por Rogéria Bolsonaro, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe de Carlos, Flávio e Eduardo. Ela pagou R$ 95 mil - R$ 621,5 mil em valores atualizados – por um apartamento no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 1996.
Já a segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, adquiriu, quando casada com Bolsonaro, 14 apartamentos, casas e terrenos, sendo 5 desses imóveis foram comprados em dinheiro vivo. Os imóveis pagos em espécie valiam R$ 243,3 mil na época - R$ 680 mil hoje, com a inflação corrigida. As 2 casas, os 2 apartamentos e 1 terreno foram adquiridos a partir de 2000 até 2006, período investigado no caso das “rachadinhas” –a prática de tomar parte do salário de servidores.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) comprou um apartamento por R$ 150 mil com dinheiro vivo, em 2003, quando tinha apenas 20 anos. Atualmente o valor corresponde a R$ 366 mil, corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Já o senador Flávio Bolsonaro, principal investigado pelo esquema “rachadinha”, pagou R$ 86,7 mil em espécie na compra de salas comerciais no Rio, na época em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj); com sua esposa, Fernanda, comprou de dois imóveis em Copacabana, no Rio - eles teriam “lavado” mais de R$ 638 mil.
Além disso, Flávio pagou R$ 30 mil em dinheiro vivo para ficar com móveis que estavam num apartamento que ele comprou em 2014 na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Foram dez depósitos de R$ 3.000 feitos de forma fracionada.
O parlamentar mais novo do clã, Eduardo Bolsonaro, em 2011 e 2016, pagou R$ 150 mil em espécie durante a aquisição de dois apartamentos comprados na Zona Sul do Rio de Janeiro. Corrigido com a inflação atual, o valor equivale a R$ 196,5 mil.
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