Importância da aliança PT/PMDB
Cérebros do PT e PMDB, no Executivo e Legislativo formam núcleo para agilizar as obras do PAC da Moblidade e soluções efetivas para o transporte público no DF
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Dirigir por uma Brasília de ruas e avenidas vazias, mesmo aos finais de semana, é coisa de um passado, do qual só nos resta saudades. Anos de ausência de investimentos em transporte público coletivo transformou o sonho de Nyemayer e Lúcio Costa em pesadelo e se alguém, como eu, mora na Ceilandia e trabalha no Plano Piloto, perde quatro horas diárias atrás de carros e mais carros até o destino final.
Como diz um de nossos maiores poetas, Nicolas Behr, "Brasília foi construída para ser destruida pouco a pouco, exatamente como estamos fazendo". Nao tenho veia poética, como político vivo mais voltado para a busca de soluções. No caso do tráfego dou razão ao poeta mas saídas sempre existem e nosso dever é buscar até encontrá-las.
Um estudo da Secretaria de Tranportes do DF, realizado no âmbito do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do DF e Entorno - PDTU, indica que até 2020, as principais avenidas de Brasília estarão tomadas por um número de carros superior aos que conseguem comportar.
Construir viadutos e alargar avenidas é importante mas isso apenas não vai resolver o seríssimo problema de trânsito da cidade, instalado durante 15 anos de desmandos do governo Roriz, com claro incentivo a invasões e condomínios irregulares, gerando um aumento expressivo de veículos e uma demanda inesperada de infraestrutura para locomocão e transporte público.
Dados da Comissão Especial de Transportes da Câmara Legislativa indicam que 50,4% da população do DF anda de ônibus. Desses 61,8% acham os ônibus péssimos e 42% consideram o serviço de metro péssimo ou ruim. Alguma coisa está muito errada por aqui. Gasta-se cerca de 2 bilhões na construção de um metrô que não atende bem a população. É necessário entender onde estão os gargalos e corrigí-los.
A solução para impedir o caos, segundo especialistas, é investir massivamente em transporte coletivo, ciclovias e calçadas. O governo de Agnelo voltou seus olhares para a questão do trânsito e do transporte público no ano passado e finalizou o PDTU. O Plano trata-se, no entanto, de uma diretriz. Além de criar projetos viáveis feito por especialistas é necessário ter decisão política para realizá-los.
E isso já está acontecendo. O GDF começou a colocar em prática alguns pontos como os corredores exclusivos para ônibus, e o BRT, cujas obras já começaram e estarão concluídas antes da Copa, com capacidade para transportar 23 mil passageiros hora nos momentos de pico.
Para isso estamos unindo forças Executivo e Legislativo. Durante Comissão Geral para discutir o PAC Mobilidade Grandes Cidades, no DF, semana passada na Câmara Distrital, comentei ao observar a composição da mesa que presidia o evento : "Deus finalmente teve piedade do DF".
Compunha a mesa o deputado Wasny de Roure, presidente da Comissão do PAC, o deputado Robério Negreiros, presidente da Comissão dos Transportes da CLDF, o deputado Cláudio Abrantes, o Secretário do PAC no Ministério do Planejamento, Maurício Diniz, o secretário de Transporte do DF, José Walter Vazques Filho, a Secretária Adjunta de Planejamento, Wanderly Ferreira Costa e a presidenta do Metrô, Ivelise Longhi.
A aliança proporcionada entre PT e PMDF,principalmente, foi o que permitiu unirmos a compreensão e a visão política do governador Agnelo com a visão política e técnica do vice-governador Filipelli, para compormos este núcleo que dará resposta a questões da mobilidade no DF, o que passa, obviamente, pelo transporte público.
Me alegro muito porque tenho esperanças de que agora os resultados desta luta serão diferentes dos de 2003 quando já me preocupava com o tema e como deputado distrital realizei seminário sobre transporte público no DF para discutir as mesmas questões.
Fomos assessorados pelo Núcleo de Transporte da Unb, um dos mais bem preparados do mundo, na ocasião contratado pelo governo japones para planejar o sistema de transporte de Tóquio. Planejavam também soluções para o transporte em Santiago do Chile, enquanto aqui no Brasil eram ignorados.
Naquela época surgiram barreiras instransponíveis mas hoje o momento politico é outro. Estamos agora reunidos, pessoas da mais alta competência, que antes mal nos tolerávamos, embuídos de um único objetivo, que é o de resolver um dos maiores problemas da população do Distrito federal. Isso tem que ser efetivamente louvado.
Devemos aproveitar este momento de unidade, em que estamos efetivamente pensando na população e mostrar que somos capazes de resolver o problema nestes dois anos e meio que nos restam.
Não podemos nos esquecer também de aplaudir a atitude da presidenta Dilma que acreditou no projeto e liberou dentro do PAC/DF um investimento de R$2,2 bilhões para 2012, que vão financiar projetos visando a melhoria do nosso sistema de transporte público. O PDTU demanda recursos totais da ordem de R$7 bilhões e propostas para equacionar problemas de transporte do DF até o ano 2020. Muito ainda pode e deve ser feito.
Essa é a hora. Precisamos aparar arestas e agir rapidamente para que a capital federal - uma das poucas regiões metropolitanas a contar com um Plano Diretor de Transportes aprovado e exaustivamente discutido com a população de suas regiões administrativas - tenha as condições mínimas para a recepção da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo em 2014.
Dep. Chico Vigilante
Líder da Bancada PT/PRB
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