Haddad indica que demitirá servidor que invadiu dados de desafetos de Bolsonaro

O ex-chefe da inteligência da Receita Federal, Ricardo Feitosa, teria confirmado que ele quebrou o sigilo de desafetos do clã Bolsonaro

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 07/02/2023
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 07/02/2023 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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247 — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), deve demitir do serviço público o ex-chefe da inteligência da Receita Federal, Ricardo Feitosa, conforme ele sinalizou a aliados nesta quarta-feira, 1°. A informação é da Folha de S.Paulo.

Feitosa teria confirmado que ele quebrou o sigilo de desafetos do clã Bolsonaro. Haddad, no entanto, disse a aliados que ainda precisa confirmar a denúncia, ponderando que ainda não analisou o caso e que vai se assegurar estar comprovada a violação do sigilo. Ele ainda destacou que o servidor terá amplo direito de defesa.

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Segundo denúncias da Folha, Feitosa acessou e copiou em julho de 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, dados fiscais sigilosos do chefe do Ministério Público do Rio e de desafetos do então presidente da República. Não havia investigações na Receita que justificasse as consultas.

Entre os desafetos, estão o coordenador das investigações sobre o suposto esquema das “rachadinhas”, o então procurador-geral de Justiça do Rio Eduardo Gussem; e dois políticos que haviam rompido com Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno.

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Feitosa ficou no comando da inteligência da Receita por apenas quatro meses e, após sua saída, o órgão federal realizou uma investigação que resultou na sugestão de sua suspensão. Depois, isso foi alterado para demissão do serviço público.

A Folha também denunciou que corregedor da Receita Federal, João José Tafner, afirma ter sofrido pressão no ano passado do antigo comando do Fisco para arquivar processo disciplinar aberto contra o então chefe da inteligência do órgão — o que a antiga direção da Receita nega.

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As denúncias levaram à instauração de uma investigação pela Corregedoria do Ministério da Fazenda, após o atual secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, transcrever as acusações de Tafner em uma ata e as enviar à corregedoria.

Barreirinhas enxergou possível ato de prevaricação. Tafner não teria denunciado o caso ou tomado providências à época das supostas pressões. 

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Segundo a Folha, essa investigação conteria ainda outra acusação de Tafner, feita contra o próprio Barreirinhas, pois o corregedor afirma também ter sofrido pressão do atual comando da Receita para renunciar ao seu mandato na corregedoria do Fisco, que termina só em janeiro de 2025. A Receita nega.

Tafner é bolsonarista e participou da campanha do ex-presidente de extrema direita em 2018, posando para fotos ao lado do então candidato a deputado Eduardo Bolsonaro.

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“Ele chegou à função após uma longa campanha pública e de bastidores do clã Bolsonaro para emplacar na cadeira alguém alinhado, já que a família afirmava ser perseguida por meio de acessos ilegais de dados e vazamentos de informações sigilosas, em especial os de Flávio Bolsonaro (PL-RJ)”, destaca a Folha.

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