Governo Bolsonaro impõe sigilo sobre visitas de Frederick Wassef ao Planalto
O Gabinete de Segurança Institucional tem barrado pedidos de informação feitos pela Câmara dos Deputados sobre a presença de lobistas e do advogado Frederick Wassef no Palácio do Planalto. Wassef tem um imóvel onde Fabrício Queiroz estava escondido
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247 - Comandado pelo general Augusto Heleno, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) tem barrado pedidos de informação feitos pela Câmara dos Deputados sobre a presença de lobistas e do advogado Frederick Wassef no Palácio do Planalto. A prática contraria a Lei de Acesso à Informação (LAI), de acordo com o presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco. O GSI confirmou que, entre outubro do ano passado e junho deste ano, o Wassef esteve no Planalto mais de dez vezes fora da agenda.
Segundo reportagem do jornalista Patrik Camporez, do Estado de S.Paulo, o GSI tem utilizado um parecer da Controladoria-Geral da União (CGU) para negar os questionamentos feitos pela Câmara sobre as reuniões secretas mantidas por Bolsonaro.
Ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Wassef tem um imóvel onde Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, estava escondido quando foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP). A polícia investiga se o advogado registrou casa como escritório para proteger Queiroz, o que, se for comprovado, configura crime de falsidade ideológica.
Queiroz está envolvido na "rachadinha" que acontecia na Assembleia Legislativa do Rio, onde trabalhava para Flávio Bolsonaro, deputado estadual antes de ser eleito senador. Trata-se de um esquema de desvio de salários de funcionários para beneficiar terceiros.
Em junho, o procurador da República Sérgio Pinel também afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio Bolsonaro. O MP do Rio já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.
Outro detalhe é que, de acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 7 milhões de 2014 a 2017. Ele está preso em Bangu, no Rio.
Sobre as tentativas de negar relatos acerca de reuniões de Bolsonaro, vale ressaltar que, em dezembro de 2019, a CGU negou informações à Câmara sobre a presença de três lobistas do setor de armas no Planalto.
O GSI também negou questionamentos sobre lobistas dos Estados Unidos antes da cessão da Base de Alcântara, além de representantes do setor de medicamentos e de energia em outras oportunidades.
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