Emergências lotadas de casos leves
Estudo feito pela Secretaria de Sade mostra que 70% dos casos atendidos nas emergncias dos hospitais pblicos de Braslia no so emergenciais; maioria dos casos poderia ser atendida nos postos de sade
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Agência Brasília _ Levantamento realizado em fevereiro pelo Acolhimento e Classificação de Risco em todas as Unidades de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde – UUE/SES – mostra que de 65 a 70% dos atendimentos não são emergenciais. Segundo o levantamento, são pacientes classificados nas cores azul e verde, que apresentaram problemas como dor de garanta, febre, diarreia sem vômito e sem presença de desidratação, situações que devem ser atendidas nos centros de saúde, postos de saúde ou por equipes de saúde da família.
Nas UUEs, pacientes classificados nas cores vermelha e amarela têm prioridade de atendimento. São doentes em estado mais grave, que apresentam problemas como traumas, dor intensa abdominal ou torácica e comprometimento respiratório, por exemplo.
No Hospital de Base, dos 8.958 atendimentos registrados pela Classificação de Risco em fevereiro, 6.860 foram classificados nas cores verde e azul, casos de menor gravidade. Outros 2.012 pacientes receberam classificação amarela e apenas 86, cor vermelha.
Os pacientes foram atendidos nas especialidades de cardiologia, cirurgia geral, clínica médica, neurocirurgia, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrino, cirurgia pediátrica, urologia, vascular, psiquiatria e buço maxilo.
O Acolhimento e Classificação de Risco (ACR) está implantado em pelo menos uma das entradas – adulto/pediátrica ou gineco-obstetrícia – das UUEs da Secretaria de Saúde. O serviço funciona no Hospital de Base, além dos Hospitais Regionais de Ceilândia, Taguatinga, Asa Norte, Planaltina, Sobradinho, Gama, Asa Sul, Brazlândia, Santa Maria, Paranoá, Guará e Samambaia.
O ACR tem como objetivo principal avaliar o usuário logo na chegada ao hospital, identificando rapidamente urgências e emergências e condições de risco de morte. A prioridade no atendimento é determinada pela gravidade, que definirá quem deve ser atendido antes e quem pode aguardar com segurança ou ser encaminhado para os centros de saúde.
Frente à necessidade de reorganização das portas de entrada das unidades de urgência e emergência da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal e para enfrentamento da superlotação foi priorizada a implantação dos dispositivos de Acolhimento e Classificação de Risco, ferramentas de gestão da atenção da Política Nacional de Humanização/Ministério da Saúde, (PNH/MS).
De acordo com Portaria do Ministério da Saúde, de 2002, o acolhimento e classificação de risco devem ser realizados por profissional de saúde de nível superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos. O objetivo é avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em ordem de prioridade para atendimento, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.
Ao chegar à emergência do hospital, o paciente é avaliado por um enfermeiro que identifica a necessidade ou não de atendimento imediato. A partir do relato, o usuário receberá uma classificação nas cores vermelha, amarela, verde ou azul. A cor vermelha indica a necessidade de atendimento imediato, pois há alto risco de morte. O amarelo aponta necessidade de atendimento prioritário, o mais rápido possível. A cor verde indica que o caso é menos grave, representa pouca urgência, com encaminhamento para consulta médica na unidade de saúde de referência. Os pacientes classificados na cor azul – sem gravidade – são informados da expectativa de tempo de atendimento e podem ser encaminhados para acolhimento na unidade de saúde de referência.
O ACR não se constitui em triagem, por não ser um método de exclusão, e sim de classificação de risco, priorizando o atendimento de acordo com a queixa e os sintomas, invertendo a lógica de atendimento por ordem de chegada, independente do estado de saúde do usuário.
Objetivos do Acolhimento e Classificação de Risco:
• Avaliar o paciente logo na sua chegada, identificando prontamente urgências e emergências - condições de risco de vida;
• Classificar, mediante protocolo, as queixas dos usuários que demandam os serviços de urgência/emergência dos hospitais, visando identificar os que necessitam de atendimento médico mediato ou imediato, diminuindo assim o risco de morte evitável;
• Determinar prioridade para atendimento médico, hierarquizado-o conforme a gravidade: quem deve ser atendido antes e quem pode aguardar atendimento com segurança;
• Organizar processo de trabalho e espaço físico (ambiência) do Setor de Emergência;
• Diminuir a ocorrência de superlotação;
• Informar a pacientes e familiares a expectativa de atendimento e tempo de espera;
• Esclarecer à comunidade a forma de atendimento de urgências e emergências;
• Fomentar a rede de atenção de saúde, articulando os diversos setores de atenção a saúde.
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