Em defesa de Maia, deputados intensificam críticas a Bolsonaro: “incapaz crônico”
"O maior inimigo de Bolsonaro é a democracia”, definiu a deputada Erika Kokay (PT-DF). Para Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o novo ataque é mais uma forma de tirar o foco sobre a crise causada pelo avanço do coronavírus no país
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Por Nathalia Bignon, para o 247 - Depois de Jair Bolsonaro (sem partido) acusar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de conspirar contra seu governo, parlamentares de diferentes partidos ampliaram as críticas ao mandatário do país nesta sexta-feira (17). Em entrevista à CNN na última quinta, Bolsonaro garantiu ter um dossiê com as supostas provas do plano, o que fez a milícia virtual liderar as postagens no Twitter com a hashtag #ForaMaia.
“Bolsonaro tem 'equipe de inteligência' para monitorar e perseguir adversários. Mas não tem estrutura de inteligência para monitorar e combater a pandemia de Coronavírus”, lamentou a deputada federal Margarida Salomão (PT-DF), referindo-se aos dados de inteligência mencionados por Bolsonaro durante a fala à emissora.
Referindo-se a Bolsonaro como ‘mentiroso compulsivo’, a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) também não economizou na censura dirigida ao presidente. “Capitão fake news diz ter supostos dados de inteligência de um plano de Maia, Doria e STF [Supremo Tribunal Federal] contra ele. Em março, disse que a eleição de 2018 foi fraudada, mas nunca apresentou qualquer prova. O maior inimigo de Bolsonaro é a democracia”, definiu, relembrando o episódio em que o presidente declarou ter vencido no primeiro turno durante o pleito de 2018.
Ex-líder do PDT, André Figueiredo (CE) reforçou o apelo para a defesa da democracia. “Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro ataca governadores, prefeitos e outros poderes da República, focando sua ira irresponsável no Presidente Rodrigo Maia. Cada vez mais, precisamos estar atentos, pois isso não é por acaso. A democracia corre perigo!”, alertou.
Para Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o novo ataque é mais uma forma de tirar o foco sobre a crise causada pelo avanço do coronavírus no país. “Que fazem os ratos quando estão acuados? Arreganham os dentes e atacam. É isso que Bolsonaro está fazendo neste momento ao falar em conspiração. É o desespero para tentar desviar o foco do que interessa: a sua política genocida”, afirmou.
Líder do PSOL, Fernanda Melchionna (RS) acusou o presidente de violar a lei, ao praticar crime de espionagem. Bolsonaro está fazendo espionagem sobre os outros poderes!? Isso é grave! Enquanto deveria trabalhar pelo país, liberando dinheiro do auxílio emergencial aprovado, destila sua verve autoritária e segue em guerra contra o Congresso e Estados”, disse.
Já Marcelo Calero (Cidadania-RJ) afirmou que o novo episódio revelam o isolamento de Bolsonaro. Os ataques de Bolsonaro a Rodrigo Maia revelam um sujeito perdido e consumido por seu próprio ódio e perseguições fantasiosas. Enquanto o Presidente espalha o caos e o conflito, nós seguiremos trabalhando. O momento é de união nacional para salvar vidas. Viva o Brasil!”, escreveu, em suas redes sociais.
Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) também lamentou o ataque e declarou apoio ao atual presidente da Câmara. “Presidente Rodrigo Maia está, com muita responsabilidade, ajudando o Brasil a resistir às trapalhadas, omissões e irresponsabilidade do presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro é um incapaz crônico que só vive de futricas e brigas quando deveria governar para proteger o Brasil da pandemia”.
Novo ataque
Durante a fala à emissora, o presidente da República acusou Rodrigo Maia de encaminhar o Brasil para o caos com a forma como vem conduzindo as votações de projetos emergenciais para conter a pandemia do coronavírus. “Parece que a intenção é me tirar do governo. Quero crer que eu esteja equivocado”, disse, questionando: “Qual o objetivo do senhor Rodrigo Maia? Ele quer atacar o governo federal, enfiar a faca. (...) Está conduzindo o país para o caos”.
Este foi o mais duro ataque de Jair Bolsonaro a Rodrigo Maia, depois do presidente da Câmara ter se posicionado publicamente contra a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciada ontem. À imprensa, Maia ressaltou que "Mandetta deixa um legado” e agradeceu, em nome da maioria dos parlamentares, a atuação do agora ex-ministro.
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