Eduardo Bolsonaro entregou dossiê antifascista para os EUA, denuncia deputado bolsonarista

Denúncia foi feita à Justiça pelo deputado estadual Douglas Garcia (PTB), que está entre os parlamentares mais aliados ao bolsonarismo. Segundo ele, Eduardo Bolsonaro entregou a cópia de um dossiê com militantes antifascistas para a Embaixada dos Estados Unidos

Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (Foto: PAOLA DE ORTE/AGÊNCIA BRASIL)


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247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entregou à Embaixada dos Estados Unidos a cópia de um dossiê com militantes antifascistas, denunciou o deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP), bolsonarista ferrenho na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Segundo reportagem de Rogério Gentile, no UOL, o deputado afirmou no depoimento, em tom de deboche, que as pessoas relacionadas seriam impedidas de visitar a Disneylândia, referindo-se ao fato de que a listagem foi encaminhada para a embaixada americana. Garcia afirmou no processo que "o protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro".

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Inicialmente em um vídeo postado nas redes sociais, em que ostentou um documento com mais de mil páginas, que seria o dossiê, Douglas Garcia disse que ele próprio iria enviar os dados "para a Embaixada dos Estados Unidos da América e alguns consulados do EUA aqui no nosso País". 

Nesta segunda-feira (10), seus advogados negaram, no entanto, que ele tenha acionado a Procuradoria Geral da República e a Embaixada dos Estados Unidos contra os manifestantes. Segundo o juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível Central de São Paulo, responsável pela sentença, o deputado agora quer ‘desdizer’ o que ele mesmo declarou na gravação.

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Garcia é alvo de um inquérito do Ministério Público de SP pelo “dossiê” preparado contra antifascistas. De acordo com promotor, o deputado bolsonarista atentou contra o Estado Democrático de Direito, "promovendo a intimidação, perseguição e criminalização, disseminando e incitando o ódio, intolerância e violência".

"Em tese, os Estados Unidos podem, com base no dossiê, impedir a entrada das pessoas citadas ali, negando o visto ou mesmo revogando-o, se assim acharem que é o caso. Trata-se de um poder discricionário", diz a reportagem.

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A investigação que envolve Douglas Garcia apura a utilização de equipamentos públicos da Assembleia na elaboração do relatório com quase mil nomes de pessoas que se declarariam antifascistas, contendo dados pessoas como número de documentos e até mesmo endereços de trabalho e de moradia. 

O deputado foi condenado na semana passada a indenizar em R$ 20 mil uma mulher que teve seu nome e dados particulares inseridos nessa listagem. Antes disso, chegou a ser afastado das atividades parlamentares na Alesp.

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