Dirceu critica "luta moralista contra corrupção"

No 2 Congresso da Juventude do PT, em Braslia, o ex-ministro da Casa Civil, deputado cassado e ru no processo do mensalo, diz que denncias s tem inteno de "atacar o governo"



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Discursando para uma plateia de centenas de militantes no 2º Congresso da Juventude do PT, em Brasília, o ex-ministro da Casa Civil, deputado cassado e réu no processo do mensalão José Dirceu criticou o que chamou de "luta moralista contra a corrupção". Ele foi homenageado pelos organizadores com uma camiseta em que aparece sua imagem, a frase "contra o golpe das elites" e a palavra "inocente". O julgamento do processo do mensalão pode acontecer no próximo ano.

Para criticar os movimentos que tem cobrado combate à corrupção, o ex-ministro afirmou que ações semelhantes levaram às eleições de Jânio Quadros e Fernando Collor para a presidência da República. "Nossa luta tem que remontar o passado. Nas duas vezes em que houve lutas moralistas contra a corrupção deu no Jânio e no Collor, um renunciou e o outro sofreu impeachment".

Para ele, a intenção das denúncias é somente atacar o governo. "Nesse momento o que pretende construir é isso, a pretexto de combater a corrupção". Na visão de Dirceu, a pressão que é feita sobre os ministros não é a mesma em relação a escândalos em São Paulo, onde o PSDB está a frente da administração. "Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas em São Paulo".

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Logo no início de sua exposição, de cerca de 30 minutos, Dirceu falou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em tratamento de um câncer na laringe. "Vamos enviar energia e força para o companheiro Lula para que ele saiba que estamos ao lado dele e ele está conosco".

O ex-ministro valorizou as ações do governo Dilma Rousseff como a aprovação da Comissão da Verdade e do fim do sigilo eterno de documentos, mas destacou que é preciso avançar nas áreas de transporte público, cultura e educação. "Enquanto professores e professoras ganharem R$ 1,2 mil de salário, alguma coisa está muito errada no Brasil". Segundo ele, as eleições ganhas pelo PT foram "sem o apoio das elites e dos meios de comunicação". Afirmou que cabe ao PT discutir a regulamentação da mídia e as reformas políticas e tributárias. Disse ainda que os que reclamam da política de alianças do governo precisam trabalhar para fortalecer os partidos de esquerda no país.

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Já no fim de sua fala, Dirceu fez questão de mencionar o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que deixou a função em meio a denúncias de desvios de recursos na pasta. Enviou uma mensagem de "ânimo, força e afeto" ao ex-ministro que, na visão de Dirceu, representava muito bem a juventude no governo.

Após o discurso, o secretário nacional da juventude do PT, Valdemir Pascoal, entregou a Dirceu a camiseta em apoio a ele. "Não aceitamos golpe. A juventude do PT está aqui para dizer que é tudo mentira", disse Pascoal referindo-se as denúncias contra o ex-ministro.

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