DF tem melhor março dos últimos 20 anos
Pesquisa revela aumento de 0,9% na taxa de desemprego em relao a fevereiro; o menor ndice para o ms de maro nos ltimos 20 anos; tempo mdio que os trabalhadores procuram emprego tambm caiu para 42 duas semanas
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Agência Brasília – A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do mês de março, divulgada nesta quarta-feira (25), revelou aumento de 0,9% na taxa de desemprego no Distrito Federal em relação a fevereiro. Em comportamento típico para o período, o índice variou de 12,4% para 13,3%. A população desempregada ficou em 189 mil pessoas em março, 13 mil a mais em relação a fevereiro.
Apesar do aumento, a taxa de desemprego de 13,3% é a menor para o mês de março desde o início da série histórica do estudo. "Tivemos, neste mês de março, a menor taxa de desemprego para o período nos últimos 20 anos", salientou a coordenadora da pesquisa do Dieese, Adalgiza Lara Amaral.
Realizado mensalmente, o levantamento é elaborado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Secretaria de Trabalho do DF (Setrab) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O aumento do desemprego em março se deve, principalmente, à eliminação de 10 mil postos de trabalho e à inserção de 4 mil pessoas na população economicamente ativa. Fatores como o término de contratos temporários e até o clima chuvoso na cidade influenciaram.
"Há os empregos temporários dos segmentos de comércio e de serviços, que demitem no início do ano e só voltam a contratar depois de março. Além disso, nessa época do ano, a construção civil desacelera, por fatores climáticos. São questões sazonais", explicou o supervisor do Escritório Regional do Dieese, Clóvis Scherer.
O contingente de ocupados foi estimado em 1,235 milhão. Houve queda na oferta de vagas nas áreas de Serviços, Indústria, Construção e no agregado Outros. Entretanto, essa redução foi amenizada pelo aumento dos postos no Comércio, com 7 mil novas vagas, e na Administração Pública, com mil postos.
Evolução
De acordo com a pesquisa, entre fevereiro de 2011 e o mesmo mês deste ano, o rendimento médio real dos ocupados teve aumento de 5,3%, e o dos assalariados cresceu 2,1%. No mesmo período, a massa de rendimentos dos ocupados aumentou 9,1% e a dos assalariados, 9,4%. Nos dois casos, o resultado foi atribuído ao aumento no nível de ocupação e no rendimento médio. O serviço público é o principal responsável pelo impulso nos ganhos dos trabalhadores do DF.
"Existe uma tendência de queda do rendimento no início do ano. Mas, pela segunda vez consecutiva, registramos aumento da renda. Há uma recuperação do rendimento em todos os segmentos, em especial no setor público", enfatizou o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya.
Menor espera por vagas
Além do aumento no rendimento, o trabalhador do DF tem outro motivo para comemorar: passa cada vez menos tempo à espera por uma vaga de emprego. O tempo médio de procura por trabalho caiu de 45 semanas em março de 2011 para 42 semanas em março deste ano.
Esse dado normalmente é influenciado pela variação nas taxas de desemprego aberto – que subiu de 9,4% para 10,3% – e de desemprego oculto, que permaneceu estável, em 3%. Desta vez, no entanto, a mesmo com a variação positiva do desemprego aberto, a fila à procura de trabalho andou mais rápido.
A taxa de desemprego aberto refere-se às pessoas que procuraram trabalho, de modo efetivo, nos últimos 30 dias. Já o oculto consiste na falta de busca por emprego por trabalho precário ou por desalento. De acordo com a equipe do estudo, os brasilienses estão mais otimistas em relação ao mercado de trabalho, o que explica o crescimento na procura ativa por um posto. As políticas sociais também têm contribuído para reduzir a situação de desalento.
Expectativas
A previsão, segundo o Dieese, é que o desemprego recue a partir do segundo semestre. "Não há uma relação mecânica, mas a expectativa é de queda caso a economia caminhe normalmente. Houve uma mudança na política econômica do governo federal, com ações como a redução na taxa de juros, o que pode gerar mais postos", afirmou o supervisor do Escritório Regional do Departamento, Clóvis Scherer.
Para a presidente da Codeplan, Ivelise Longhi, a PED funciona como um termômetro do cenário do emprego no DF, o que contribui para a elaboração e aplicação de políticas públicas. "O estudo serve como alerta para os governos. Por meio dos resultados é possível pensar em incentivos ao setor. No DF, por exemplo, é preciso investir em qualificação na construção civil, pois Brasília é um canteiro de obras, mas carece de mão-de-obra capacitada", concluiu.
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