Denúncias de irregularidades nos serviços terceirizados da UnB
Decanato de Gestão de Pessoas da universidade promete averiguar problemas apontados pelos trabalhadores; entre as queixas, denúncias de assédio moral e nepotismo; administração deve se reunir com empresa esta semana
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UnB Agência – Denúncias de assédio moral, coerção de funcionários, nepotismo e faltas sem as coberturas exigidas em contrato foram feitas por trabalhadores terceirizados da PH Service, empresa responsável pelo serviço de portaria da UnB, durante reunião com a Reitoria na sexta-feira (20). Participaram representantes dos terceirizados, Sintfub, Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), Prefeitura e segurança do campus.
A Administração vai estudar um novo mecanismo de conferência e reposição de faltas, e já marcou uma reunião para esta terça-feira (24) com a PH Service. “Vamos checar o que foi apresentado à mesa de negociações e debater com a empresa todos os pontos”, afirma Gilca Starling, decana de Gestão de Pessoas (DGP).
“A empresa é muito grande, presta serviço há mais de dez anos e só em Brasília tem contrato com 26 órgãos públicos. É natural que em uma empresa desse porte e abrangência ocorram problemas localizados. Em todo lugar tem isso”, argumenta Adilson Nascimento, gerente geral da PH Service. De acordo com o gerente, todos os postos que não são cobertos têm o valor referente às faltas descontado do pagamento feito pela UnB. “Só de glosa, no ano passado a UnB descontou mais de R$ 110 mil”, lembra.
Sobre a acusação de nepotismo, a Prefeitura da UnB disse que vai apurar as denúncias. “Precisamos de um mecanismo para checar e coibir a contratação de parentes. Os problemas da empresa acabam respingando na universidade, o que temos que evitar”, diz prefeito Francisco Cassiano. Um exemplo de coerção, segundo os funcionários, é um comunicado da empresa de 7 de junho do ano passado. "... o funcionário que aderir à greve relativa ao reajuste salarial será advertido formalmente", diz o texto (foto).
MESA - Estabelecida em 21 de dezembro de 2011, a mesa de negociações é uma antiga reivindicação dos terceirizados. “As reuniões fazem com que a democracia impere entre os trabalhadores terceirizados na UnB”, afirma Mauro Mendes, coordenador-geral do Sintfub. A mesa se reúne ao menos uma vez por mês para discutir as demandas dos trabalhadores terceirizados. Seu objetivo é evitar que problemas referentes ao conjunto dos trabalhos e os conflitos decorrentes das relações entre as empresas prestadoras de serviços e seus trabalhadores repercutam diretamente na prestação do serviço à UnB (leia mais aqui).
Contratada pela UnB, por meio de licitação, em fevereiro de 2010, a PH Service é personagem de 12 ocorrências, entre advertências e multas relacionadas a serviços de terceirização prestados a instituições do governo federal. Os dados estão no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). A única multa aplicada pela UnB foi no dia 22 de fevereiro de 2011, no valor de R$ 23.625, por manter quantidade insuficiente de pessoal nos postos em eventuais faltas. “Nosso lema é tolerância zero com irregularidades”, declara Gilca Starling.
“Eu já fui demitido sem justa causa três vezes e as reclamações de demissões sem motivo são inúmeras”, diz Uruanãn Jackson, porteiro da PH Service. Francisco Targino, representante da categoria, diz que os demitidos são substituídos por parentes dos chefes e dos donos da empresa. "Vivemos sofrendo assedio moral e não dá para continuar com tanta demissão.” Mauro Mendes pediu que as demissões feitas no começo do ano e as de 2011 sejam analisadas pela UnB.
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