CUT vai ao STF, peita Fiesp e denuncia irresponsabilidade do governo
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, criticou a Fiesp e foi até o STF para dizer ao ministro Dias Toffoli: “tem uma pressão desenfreada por parte de setores empresariais, que leva governos estaduais e municipais a liberar trabalho de áreas não essenciais”
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Da Rede Brasil Atual - Doze dias depois de Jair Bolsonaro levar uma tropa de empresários para pressionar o Supremo Tribunal Federal e forçar uma reunião com o presidente do STF, fora da agenda, nesta terça-feira (19) foi a vez de as centrais sindicais se reunirem com Dias Toffoli. Segundo o presidente da CUT, Sérgio Nobre, o objetivo era pedir apoio do ministro nas ações de combate à pandemia de coronavírus, pois não há coordenação por parte do governo.
Ao afirmar que o objetivo de Bolsonaro era “pressionar o STF a afrouxar a política de isolamento”, o dirigente acrescentou que os empresários têm agido assim por todo o país. “Aqui tem uma pressão desenfreada por parte de setores empresariais, que leva governos estaduais e municipais a liberar trabalho de áreas não essenciais, em um cenário oposto ao recomendado pelos protocolos mundiais de saúde ao fim do isolamento, porque o sistema de leitos hospitalares está em colapso, falta proteção social e a curva da pandemia está crescendo.”
Ele citou uma entidade em particular: “Bolsonaro escalou a Fiesp para fazer esse papel lamentável”. O presidente da entidade, Paulo Skaf, que tenta alterar o regime interno para conseguir mais um mandato na casa, é aliado do chefe do Executivo.
Sem coordenação
Segundo o presidente da CUT, as autoridades de saúde recomendam duas condições para acabar com a política de isolamento: ter 40% dos leitos disponíveis à população e observar diminuição da curva da pandemia durante 14 dias. “Aqui no Brasil o quadro é inverso”, disse Sérgio Nobre.
“É importante que o STF ajude a coordenar esse processo. É importante ter coordenação. Bolsonaro não coordena.” O cutista observou que o processo não pode ficar só nas mãos de 27 governadores e 5.500 prefeitos, com políticas e medidas diferentes em cada lugar.
Ele também citou o ministro da Economia, Paulo Guedes, que “sumiu na crise”. E ironizou o “super ministro” de Bolsonaro, que acumulou cinco pastas: Trabalho, Planejamento, Indústria/Comércio, Fazenda e Previdência. “E nenhuma funciona. Estamos não só perdendo vidas, mas empurrando a nossa economia para a maior crise da história. Cadê as políticas de trabalho? As pessoas estão perdendo emprego e não tem ministro do Trabalho. A indústria está morrendo na pandemia e não temos política industrial, o sistema de Previdência está em colapso e não consegue atender as pessoas desde antes da pandemia.”
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