Cristovam dispara contra “comércio de mandatos”

o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou o que chamou de comércio de mandatos: as trocas de partido político por deputados federais às vésperas do fim do prazo permitido pela legislação eleitoral; segundo o parlamentar, o intuito é "engordar bancadas e negociar alianças com base no tempo de TV de cada legenda"

Em discurso na tribuna do Senado, senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Em discurso na tribuna do Senado, senador Cristovam Buarque (PDT-DF) (Foto: Leonardo Lucena)


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Agência Senado - Em discurso nesta sexta-feira (27), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou o que chamou de comércio de mandatos: as trocas de partido político por deputados federais às vésperas do fim do prazo permitido pela legislação eleitoral, com o intuito de "engordar bancadas e negociar alianças com base no tempo de TV de cada legenda".

– O que está acontecendo esses dias é muito, mas muito pior, do que o chamado mensalão. É muito pior. Nós estamos vendo milhões de reais do dinheiro público, por meio do fundo partidário, indo para prestigiar A, B ou C. E nós estamos assistindo a isso como se fosse dentro de toda a legalidade – opinou.

Segundo o senador, essa prática de utilizar a janela antes das eleições para trocar de partido sem um real motivo, atingindo a fidelidade partidária, desmoraliza a política. Para Cristovam, os políticos estão cegos, sem bússola para definir aonde levar o país e sem conseguir responder aos anseios da sociedade, que foram às ruas clamar por mudanças.

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A ausência de atuação do Ministério Público para impedir esse "comércio" foi questionada pelo parlamentar, que conclamou seus pares a promover mudanças, como determinar que quem muda de partido, não leva o tempo de televisão, porque esse tempo não é particular, de um indivíduo, e sim do partido. O tempo de televisão é determinado pela quantidade de deputados federais eleitos por cada legenda, explicou o senador.

Cristovam também propôs a regulamentação ou até mesmo o fim do fundo partidário, pois, em sua opinião, em muitos casos está havendo uma privatização desses recursos por parte das direções partidárias. Segundo disse, não existe uma clareza no uso dos recursos e, em muitos lugares há uma caixa preta com dinheiro público.

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– Aparentemente, acabar o fundo partidário seria um golpe na democracia porque como é que os partidos vão funcionar sem dinheiro público? Ora, com a contribuição dos seus filiados. Mas aí os partidos dos ricos teriam mais dinheiro. Ora, definimos o limite de doação para cada pessoa mesmo que seja membro do partido. Paramos dinheiro de empresa para partido, para campanha. Para todos. E limitamos a contribuição de cada um – explicou.

O parlamentar também criticou o excessivo número de partidos existentes que não representam a sociedade, e por isso, sugeriu a permissão da candidatura avulsa. Ele citou o caso de Marina Silva, que obteve mais de 20 milhões de votos, mas não conseguiu até o momento criar o seu partido. A candidatura avulsa seria uma solução para que ela pudesse concorrer.

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O fim do voto secreto também foi defendido por Cristovam. Durante seu discurso, os senadores Jorge Viana (PT-AC), Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) concordaram com seus pleitos.

 

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