CPMI do 8 de janeiro: Planalto e oposição veem sucesso nas redes como crucial e preparam guerra virtual
Oposição vai resgatar o “gabinete do ódio” bolsonarista e criar fábrica de memes. Governistas apostam em Janones e querem apoio de influenciadores como Felipe Neto
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247 - Tanto o governo Lula (PT) quanto a oposição concordam que um bom desempenho nas redes sociais é crucial para selar uma vitória no campo político na CPMI do 8 de janeiro. Por isso, segundo relata o jornal O Globo, os dois lados já estão se preparando.
A oposição aposta no engajamento de Jair Bolsonaro (PL) e em antigos integrantes do “gabinete do ódio”, grupo de ex-assessores palacianos especializado em atacar adversários políticos. Já os governistas têm montado uma equipe dedicada às redes e pretende também pedir ajuda a influenciadores, como o youtuber Felipe Neto.
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A escalação dos parlamentares de oposição para o colegiado também vai levar em conta o poder de fogo na arena digital. “Das seis vagas reservadas aos deputados do PL — entre titulares e suplentes —, três dos escalados estão na lista dos dez mais influentes, de acordo com monitoramento da Genial/Quaest. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ocupa a quinta posição, enquanto André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento da CPI, é o sétimo no ranking. O topo dessa lista é de Nikolas Ferreira (PL-MG), com 2,4 milhões de seguidores no Twitter, que ficará como suplente. A estratégia do grupo passa por utilizar gabinetes que têm equipes mais estruturadas para trabalhar com a internet. A ideia é que essas pessoas forneçam banners e memes para os colegas. Entre eles está o de Nikolas, que tem entre seus assessores Lígia Nara Arnaud Tomaz, irmã de Tércio Arnaud Tomaz — um dos principais nomes do ‘gabinete do ódio’ que funcionava no Palácio do Planalto no governo Bolsonaro”, diz a reportagem.
Entre os governistas destaca-se a figura do deputado André Janones (Avante-MG) como líder do embate virtual. “Vamos montar uma estratégia e o Janones vai estar lá para ajudar”, afirmou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), um dos cotados para integrar a comissão. O Avante não tem cadeira garantida na CPMI, mas o deputado tenta se cacifar para ocupar uma das vagas governistas. “Uma única promessa a vocês no dia do trabalho: trabalhar muito caso eu seja indicado pra CPMI, dar muito trabalho para Bolsonaro, e fazê-lo arrepender amargamente de ter roubado o povo trabalhador deste país”, postou Janones nesta segunda-feira (1).
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O Palácio do Planalto planeja se equilibrar entre respostas rápidas aos acontecimentos da CPMI e não se mostrar preso aos rumos da comissão. “Um dos pontos de atenção serão os ‘cortes’ de vídeos que a oposição deverá fazer e publicar nas redes sociais com eventuais derrapadas de integrantes do governo. A ideia é tentar conter a repercussão daquilo que não for relevante para a investigação, mas que possa manchar a imagem de Lula”, relata o jornal. “O próprio PT está se preparando para isso. Vamos fortalecer as redes que já temos e vamos dar uma atenção especial para os assuntos da CPMI para que a direita não consiga emplacar fake news”, detalhou o deputado Rogério Correia (PT-MG), outro cotado para participar do colegiado.
Uma equipe no Palácio do Planalto estará à disposição dos parlamentares aliados para fornecer documentos e informações e alimentar as redes sociais. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estará na liderança da articulação política. Já na área de comunicação o governo espera conseguir apoio de influenciadores, dentre eles Felipe Neto, que tem mais de 16 milhões de seguidores apenas no Twitter.
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