'CPI está tratando uma tentativa de golpe de Estado como furto de supermercado', critica Lênio Streck

"O meu medo é que a CPI no final decida que não houve tentativa de golpe", avaliou o advogado em entrevista à TV 247

Lênio Streck e os atos golpistas em Brasília
Lênio Streck e os atos golpistas em Brasília (Foto: Reprodução | Reuters)


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247 - O jurista Lênio Streck destacou nesta semana em entrevista na TV 247 a gravidade dos atos golpistas que aconteceram em 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). "Houve uma tentativa de golpe de Estado. Estamos tratando como um furto de supermercado. Perdemos a dimensão histórica dos acontecimentos", disse. 

O advogado também criticou o fato de o tenente-coronel Mauro Cid ter recebido a visita de 73 pessoas em 19 dias de prisão. De acordo com o jurista, o militar cometeu um "crime com uma pena altíssima, de lesa pátria, tentativa de golpe, gravíssimo". "E recebe a visita de um ex-comandante? Ele (Mauro Cid) já deveria ter sido denunciado. Essa lista (das visitas) é extremamente simbólica. É espantoso", afirmou. Segundo o jurista, o coronel desmoralizou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das manifestações terroristas ao ficar em silêncio. 

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O estudioso cobrou providências contra o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro (PL). "Quem tem que pedir a quebra do sigilo telefônico do general Heleno é o procurador-geral da República. Como que isso passou pelo GSI? Como passou pela Polícia Federal, pelos serviços de informação do governo? O meu medo é que a CPI no final decida que não houve tentativa de golpe".

O jurista também criticou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o parlamentar comparar professores com traficantes. "As declarações são caso de polícia. Não ofendeu um ministro (Camilo Santana), ofendeu todos os professores do País com questões gravíssimas. A Procuradoria-Geral já deveria requisitar um inquérito sobre isso".

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Deputados que fazem parte da bancada do PSOL na Câmara anunciaram medidas contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Casa. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que policiais federais vão analisar o discurso do parlamentar.

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