CPI dos atos antidemocráticos aprova quebra de sigilo e convocação de Anderson Torres

Deputados distritais aprovam convocação de toda cadeia de comando da segurança pública do DF, por omissão em atos de 12 de dezembro e 8 de janeiro

Anderson Torres
Anderson Torres (Foto: Alan Santos/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Rede Brasil Atual - Na primeira reunião da CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta terça-feira (14), os deputados distritais aprovaram a convocação do ex-secretário de Segurança Pública do DF (SSP-DF) Anderson Torres. Além disso, a CPI aprovou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático do próprio ex-secretário. Também ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Torres está preso desde 14 de janeiro, sob suspeita de facilitar a atuação dos golpistas.

 A comissão vai investigar não apenas a tentativa de golpe que culminou com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, como também os atos de vandalismo que ocorreram no dia 12 de dezembro, na capital federal.

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 No dia da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 12 de dezembro, bolsonaristas queimaram cinco ônibus e três carros e tentaram invadir a sede da Polícia Federal. Assim como ocorreu quase um mês depois, a Polícia Militar do DF se omitiu diante dos atos de vandalismo. Naquela ocasião, ninguém foi preso.

 Nesse sentido, a CPI também aprovou as seguintes convocações:

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  •  Júlio de Souza Danilo, ex-secretário da SSP-DF quando ocorreu o “ensaio geral” da tentativa de golpe em 8 de janeiro;
  •  Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da SSP-DF;
  •  Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
  •  Marília Ferreira, ex-subsecretária de Inteligência da SSP-DF;
  •  Coronéis da PM-DF Jorge Eduardo Naime e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues;
  •  Tenente-coronel da PM-DF Jorge Henrique da Silva Pinto.

 Os deputados definiram ainda que as reuniões da CPI serão realizadas às quintas-feiras de março, às 10h.

 Em busca da verdade

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 “A sociedade brasiliense deposita expectativa muito grande no trabalho da Comissão. A gente tem um único objetivo: encontrar a verdade. Queremos saber efetivamente o que aconteceu naquele dia 12 e o que se repetiu e aconteceu naquele dia 8”, afirmou o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF).

Além da atitude omissiva dos agentes públicos, o parlamentar afirmou que a CPI quer saber quem financiou, e por quais motivos, os atos antidemocráticos, “para que nunca mais isso venha a acontecer nesse país”.

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 O relator da CPI, deputado Hermeto (MDB), frisou que a maioria dos vândalos era de fora de Brasília. De acordo com o deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF), que também integra a comissão, os trabalhos da CPI tem “uma importância enorme” para a democracia brasileira. Para ele, os atos foram estimulados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ao não reconhecer a derrota nas urnas. E também criticou a omissão do governo local.

 A CPI requereu ainda que a Polícia Militar informe a relação de policiais que estavam designados para o acompanhamento dos atos. Além disso, a Corregedoria da PM-DF deve compartilhar todos as informações referentes às investigações internas sobre a atuação da tropa no 8 de janeiro. Do mesmo modo, a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) também deve enviar à comissão os dados de todas as investigações em curso.

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 Também solicitou à Câmara dos Deputados e ao Senado as imagens internas e externas da invasão. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também deve enviar aos parlamentares os alertas que foram feitos para a SSP- DF, sobre o risco de invasão.

 Relógio destruído

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 Outro personagem na mira da CPI é Antônio Cláudio Alves. Trata-se do homem que destruiu o relógio do século 17 durante a invasão ao Palácio do Planalto. Os deputados distritais também decidiram quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico do vândalo golpista, que está preso desde o dia 23 de janeiro.

 O relógio de pêndulo, feito por Balthazar Martinot – relojoeiro do rei francês Luís XIV – foi presente da Corte Francesa para Dom João VI. Na semana passada, a Embaixada da Suíça ofereceu apoio para intermediar o conserto da peça, já que o país possui restauradores especializados.

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