Coronel bolsonarista encaixou reunião com a Davati em agenda de outro empresário

O coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida foi quem viabilizou o encontro com o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, representante da Davati Medical Supply. Mas, inicialmente, a reunião era para tratar do "Contrato Beep", sobre a regulamentação da lei que permitia a compra de vacinas para a iniciativa privada

Ministério da Saúde e o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida
Ministério da Saúde e o coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida (Foto: Agência Brasil - Reprodução)


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247 - O coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil, foi quem viabilizou o encontro com o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominghetti, representante da Davati Medical Supply. Almeida confirmou que seu acesso ao ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco vem das Forças Especiais. A informação foi publicada pela coluna de Malu Gaspar.

A reunião dos coronéis aconteceu na manhã do dia 12 de março e estava prevista na agenda oficial do ministério. Mas não era para falar com a Davati, e sim para tratar do  "Contrato Beep". Teoricamente, deveria servir para o dono de uma rede privada de vacinação do Rio de Janeiro, a Beep, dar sugestões para regulamentação da lei que permitia a compra de vacinas para a iniciativa privada.

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Mas, no horário marcado, o coronel Helcio apareceu com Dominghetti, o executivo da Davati Cristiano Carvalho e o reverendo Amilton Gomes de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), entidade religiosa com sede em Brasília (DF). Quando o secretário de Pazuello chegou, havia cerca de dez pessoas numa sala anexa ao seu gabinete, incluindo o representante da Beep, Vander Corteze.

No encontro, Dominghetti, Carvalho e o reverendo Amilton Gomes de Paula falavam da proposta das 400 milhões de doses de AstraZeneca. Foi discutido um preço de US$ 3,50, mas já estava cotada a US$ 17,50 por dose. 

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Àquela altura, Dominghetti já tinha feito a oferta ao diretor de logística do ministério, Roberto Dias, que, segundo o cabo, pediu propina de US$ 1 por vacina. O pedido teria sido feito no dia 25 de fevereiro, num shopping de Brasília (DF). Dias negou.

Depois os representantes da Davati tiveram um encontro com o secretário de Vigilância em Saúde, Laurício Monteiro, para a venda sair do papel. Mas o secretário disse que cabia ao 02 do ministério decidir sobre a compra de vacinas. 

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No dia 11 de março, o reverendo Amilton enviou email ao sócio da Davati nos Estados Unidos, Herman Cardenas, avisando da reunião.

O executivo indicado pela Beep para prestar informações também afirmou que pessoas do mercado de laboratórios indicaram Helcio porque descreviam o coronel como alguém que abria portas no governo. 

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