Consultora do Ministério da Saúde cobra propina de hospital e é presa
Presa em flagrante por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, funcionária do Ministério da Saúde cobrou R$ 150 mil em troca da liberação de R$ 2,6 milhões em emendas parlamentares. Com o recurso, o Hospital do Câncer Alfredo Abraão compraria equipamentos de radioterapia. Diretor do hospital denunciou e Justiça autorizou câmeras e escuta
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Brasília 247 - Presa em flagrante por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Roberlaine Patrícia Alves, 28 anos, servidora do Ministério da Saúde, cobrou R$ 150 mil em troca da liberação de R$ 2,6 milhões em emendas parlamentares. Com o recurso, o Hospital do Câncer Alfredo Abraão iria comprar equipamentos de radioterapia.
A chantagem começou no dia 15 de maio, em encontro com o diretor-presidente do hospital, Carlos Coimbra, em Brasília. Primeiro, a servidora exigiu R$ 50 mil para agilizar a liberação de R$ 1 milhão para a compra de dois equipamentos. Depois, cobrou mais R$ 100 mil em troca de emenda de R$ 1,6 milhões para a instituição adquirir acelerador linear.
Ele afirmou já ter encontrado com a servidora "em uma ou duas ocasiões" anteriores, sempre a trabalho, mas a chantagem aconteceu na última reunião. Indignado com a cobrança de propina, assim que voltou a Campo Grande, Coimbra procurou a promotora de Justiça, Paula Volpe, para denunciar o caso. Ela o aconselhou a acionar a Polícia Federal, que deflagrou a investigação. Com a autorização da Justiça, Coimbra depositou R$ 50 mil em uma conta bancária informada pela servidora. O procedimento permitiu à PF rastrear a conta, de titularidade do pai de ex-namorado da funcionária do Ministério. Ainda sob orientação da polícia, o executivo do hospital marcou reunião com a servidora em Campo Grande para lhe entregar o restante da propina. Em uma sala monitorada por agentes da PF, com câmeras e escutas, Coimbra entregou R$ 100 mil, em sete folhas de cheque, quatro de R$ 10 mil e três, de R$ 20 mil.
Diante do flagrante, agentes da PF a prenderam por corrupção e lavagem de dinheiro. A servidora atuava havia três anos como consultora técnica do Ministério da Saúde.
À delegada da PF, Kelly Bernardo Trindade, a mulher informou agir sozinha. “As investigações vão continuar, vamos averiguar se há envolvimento de outros servidores, e se outros dirigentes de hospitais foram coagidos”, disse a policial.
Sobre os equipamentos, Coimbra assegurou que os recursos para aquisição foram incluídos no orçamento de 2013 e, por isso, devem ser entregues ao hospital ainda neste ano, assim como o acelerador linear, o sexto aparelho entre pelo Ministério da Saúde. "Mesmo porque o hospital cumpre todas as exigências técnicas", afirmou.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247