Compras coletivas, a decepção
Aumenta o nmero de cadastrados para comprar em sites, mas nem todos os consumidores esto satisfeitos com os produtos e servios adquiridos
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Natalia Emerich _ Brasília 247 – Sites de compras coletivas com descontos estratosféricos estão em ascensão no Brasil. Pagar menos, porém, pode frustrar o consumidor. É preciso critérios e muito cuidado na hora de escolher a oferta, para não se arrepender no futuro. Pesquisa do site e-bit com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico feita de março a abril aponta que em menos de dois anos o País soma mais de 1,2 mil sites de compras coletivas em operação ou fase de lançamento. O Distrito Federal não tem números oficiais específicos sobre esse novo mercado. No entanto, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em setembro de 2010 mostra que quase 1,3 milhão de pessoas do DF navegam na internet, aproximadamente metade da população. As ofertas diárias estabelecem um número mínimo de compradores.
Quando a meta é atingida, os interessados podem retirar os cupons promocionais e usufruir os descontos, que chegam a 90%. Para a servidora pública Luciana Borges, de 25 anos, a alegria durou pouco. Seu descontentamento com produtos e serviços comprados cresceu proporcionalmente ao número de cupons. "Resolvi dar um tempo nas promoções quando comprei um banho de lua – descoloração dos pelos – e saí de lá completamente loira", conta Luciana, cuja pele é morena e os cabelos escuros. A engenheira agrônoma Carolina Ferreira, de 29 anos, angariou cupons, no site Peixe Urbano, para se embelezar. Escova progressiva, corte de cabelo e unhas. Ao chegar ao salão, entretanto, ela foi mal atendida. Ao reclamar, saiu do estabelecimento às pressas, tamanho o constrangimento por ser xingada. Incrédula com o episódio, mandou e-mail para o site. A resposta do grupo foi eficiente. "Foram receptivos comigo, devolveram o meu crédito e se comprometeram a investigar." Segundo a diretora do Peixe Urbano, Letícia Leite, casos assim são isolados e há controle rigoroso na seleção das empresas parceiras. "Cada cidade tem uma equipe de representantes responsáveis por identificar os lugares e estruturar ofertas vantajosas tanto para o estabelecimento quanto para os usuários", afirma. Sem lei O diretor do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF), Oswaldo Moraes, explica que não há regulamento específico para compras coletivas na internet.
Entretanto, "se houver relação de consumo, remunerada, entre o fornecedor de produtos e serviços e o consumidor, o cliente não pode ser lesado de modo algum". Nesses casos, o Procon-DF pode agir, o que até agora não ocorreu. Empresários que investiram nesse novo canal de vendas também já tiveram experiências ruins. É o caso de Joi Antunes, 29 anos. Dono de um restaurante em Taguatinga, ofertou seus produtos e serviços em experiência que pretende não repetir. "O acordo com o site não foi cumprido, a clientela que vem é menos educada, costuma não voltar e ao final você recebe, em média, só 25% do valor do item promocional", ressalta Antunes. "É muito bom para o consumidor, fantástico para o site e péssimo para o comerciante."
Apesar dos problemas já identificados por alguns compradores, as redes de ofertas na web tendem a se expandir e mudar ainda mais o perfil do comércio. O presidente da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Distrito Federal (Fecomércio), Adelmir Santana, explica que a adaptação por parte dos lojistas aos novos modelos é fundamental para sua manutenção. "É preciso inovação e estratégias diferenciadas para competir no mercado, os que têm visão de futuro seguem."
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