Como os 'emaranhamentos' podem afetar a vida profissional

O que muitos não sabem é que esses problemas podem estar diretamente ligados a outras questões do cotidiano



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Bloqueios e dificuldades de relacionamento. Seja no ambiente de trabalho ou no contexto familiar, esse tipo de situação pode ser reflexo dos chamados ‘emaranhamentos’ familiares ou organizacionais. Em resumo, significa que alguém na família ou na organização retorna e vive inconscientemente o destino de uma pessoa que viveu antes dele. No ambiente de trabalho ou no clima organizacional é comum encontrar pessoas que convivem com esses problemas, que, na maioria das vezes, pode trazer limitações para a vida profissional. O que muitos não sabem é que esses problemas podem estar diretamente ligados a outras questões do cotidiano, como na rotina familiar ou no ciclo de amizades. Na esfera acadêmica, esse comportamento recebe o nome de 'Sistêmica Fenomenológica'.

Por exemplo: numa família em que uma criança foi entregue para adoção, mesmo numa geração anterior, um membro posterior desta família poderá se comporta como se ele mesmo estivesse sido entregue. Sem conhecer este emaranhamento, jamais essa pessoa se livrará dele. A solução segue o caminho contrário: quem foi entregue para adoção entra novamente em jogo. É colocada, por exemplo, na constelação familiar. De repente, a pessoa que foi excluída da família passa a ser uma proteção para aquela que estava identificada com ela. Quando essa pessoa volta a fazer parte do sistema familiar e é honrada, ela olha afetuosamente para os descendentes.

O emaranhamento tem algo a ver com a “consciência do clã”. Existe uma consciência de grupo que influencia todos os membros do sistema familiar. A este pertencem os filhos, os avós, os irmãos dos pais e aquele que foram substituídos por outras pessoas que se tornaram membros da família, por exemplo, parceiros anteriores (marido/mulheres) ou noivos dos pais. Se qualquer um desses membros do grupo foi tratado injustamente, existirá nesse grupo uma necessidade irresistível de compensação. Isso significa que a injustiça que foi cometida em gerações anteriores será representada e sofrida posteriormente por alguém da família para que a ordem seja restaurada no grupo. É uma espécie de compulsão sistêmica de repetição. Mas essa forma de repetição nunca coloca nada em ordem. Aqueles que devem assumir o destino de um membro excluído da família são escolhidos e tratados injustamente pela consciência de grupo. São, na verdade, completamente inocentes. Contudo, pode ser que aqueles que se tornaram realmente culpados, porque abandonaram ou excluíram um membro da família, por exemplo, sintam-se bem. A consciência de grupo não conhece justiça para os descendentes, mas somente para os ascendentes. Obviamente, isso tem a ver com a ordem básica dos sistemas familiares. Ela atende à lei de que aquele que pertenceu uma vez ao sistema tem o mesmo direito de pertencimento que todos os outros. Mas, quando alguém é condenado ou expulso, isto significa: “Você tem menos direito de pertencer ao sistema do que eu”. Essa é a injustiça expiada através do emaranhamento, sem que as pessoas afetadas saibam disso.

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Miriam Coelho Braga - Consultora organizacional, terapeuta corporal, socióloga, sanitarista, especializada em saúde pública.

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