Com apoio da PM, obras recomeçam no Noroeste

Mais de 450 policiais fazem a segurana dos canteiros. Pelo menos 50 ndios e seus apoiadores esto no local. Advogado dos Tapuya aguarda novas manifestaes da Justia



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Sabrina Fiuza e Natalia Emerich_Brasília 247 – As empresas Brasal e João Fortes retomaram as obras para a construção de prédios residenciais no Setor Noroeste às 9h30 desta quinta-feira (10). Para evitar conflitos de indígenas que reivindicam a área e de seus apoiadores com representantes das construtoras, desde as 7h30 policiais militares fazem a segurança no local. Às 10 horas, eram mais de 450. Por volta das 10h20, um dos 50 manifestantes que permanecem no terreno tentou impedir a passagem das máquinas e foi contido pelos policiais. Houve princípio de confusão, resolvido pouco depois sem registro de ocorrência.

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As máquinas foram ligadas às 7 horas, mas os trabalhos foram suspensos até que a segurança no local aumentasse – havia 150 policiais. Segundo o major da Polícia Militar Adriano Meireles, os militares foram remanejados de vários pontos do Distrito Federal, inclusive alguns da área administrativa, para não faltar policiamento nas ruas. "Nosso objetivo é garantir a retomada das construções por decisão judicial que nos foi informada na segunda-feira (7)", afirma. Os portões de acesso aos canteiros foram fechados pela PM para evitar a entrada de veículos não autorizados, mas a circulação de manifestantes e indígenas foi permitida. E eles fazem questão de permanecer na área. "Nós temos que garantir a terra", disse Santxiê Tapuya, pajé dos Tapuya.

Os índios estão se unindo para resistir às obras. "Se é para perder o que é nosso, vamos morrer aqui", afirmou Xucurú Tapuya. De acordo com Santxiê, integrantes da etnia Kaiapó do Pará estão a caminho de Brasília para reforçar o movimento. Até um cachorro apareceu no meio da manhã e aumentou a confusão. Conhecido pelos indígenas como Guerreiro, o cão se deitou no meio da estrada e impediu a passagem de caminhões das construtoras. Aplaudido pelos manifestantes, foi retirado pelos policiais em seguida.

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Obras autorizadas

A decisão a favor das construtoras foi proferida no domingo (6) pelo juiz de plantão José Márcio da Silveira Silva, da 7ª Vara da Justiça Federal. Ele autorizou que a Brasal, a João Fortes e a Emplavi voltassem a tocar as obras no Setor Noroeste, fora dos 4,1815 hectares onde há ocupação indígena. As tribos reivindicam a propriedade de 50 hectares.

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O advogado das empresas, Nader Franco, diz que estas se baseiam no direito pleno de propriedade. "A Polícia Militar precisa manter a distância de elementos que queiram entrar aqui." A opinião do militante da Assembleia Popular do Distrito Federal e Entorno Thiago Ávila, 25 anos, é outra: "A polícia veio para desmobilizar e desorganizar a máquina pública".

Para o advogado da etnia Tapuya, Ariel Foina, já existem medidas na Justiça contra as obras e o policiamento. "Estamos esperando duas decisões que podem sair ainda hoje: as posições do corregedor do Tribunal Regional Federal e da desembargadora Federal Selene Maria de Almeida." Ainda segundo o advogado, a última decisão judicial contempla apenas a Emplavi, e não as três empresas.

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Na manhã desta quinta (10), representantes indígenas, apoiadores do Santuário do Pajé, antropólogos, representantes das empreiteiras e políticos participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater os conflitos existentes no Noroeste. Os confrontos começaram quando as construtoras iniciaram as obras que incluem uma área de 50 hectares, tradicional indígena pela etnia Flni-ô Tapuya. A convocação para a audiência foi feita pela deputada Érika Kokay (PT/DF).

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