Ciência da Computação sem aulas na Universidade de Brasília

Professores temem que proximidade da subestao de energia; transformador superaqueceu na semana passada



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Agência UnB – As aulas no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília estão suspensas. A decisão foi tomada na noite de segunda-feira 2 em razão do clima de insegurança gerado pelo superaquecimento de um dos três transformadores da subestação da Ala Norte do Instituto Central de Ciências, o Minhocão.

Responsável pelo abastecimento de metade do prédio e da Biblioteca Central, a subestação de energia elétrica fica ao lado da unidade acadêmica. Na última segunda-feira 26, a temperatura de um transformador subiu por causa de sobrecarga provocada pela queima dos outros dois transformadores que alimentam a subestação. “Os aparelhos queimaram por causa da tempestade que atingiu a Asa Norte dias antes”, explica o prefeito Francisco Cassiano Sobrinho.

O problema obrigou a Prefeitura a desligar o equipamento emergencialmente. “As pessoas sentiram um forte cheiro de queimado e sinais de fumaça. Ocorreu vazamento de óleo e os aparelhos esquentaram, atingindo praticamente 170 graus Celsius”, relata Noraí Romeu Rocco, diretor do Instituto de Ciências Exatas.

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Com o transformador desligado e outros dois queimados, a Ala Norte do ICC e a Biblioteca Central ficaram sem luz por dois dias. Leia mais aqui. O equipamento voltou a funcionar na quinta-feira, quando a Prefeitura substituiu provisoriamente os dois transformadores queimados. A solução definitiva, segundo Francisco Cassiano, deve sair em aproximadamente 20 dias. “Solicitamos a compra de dois novos transformadores porque os dois que queimaram estão condenados”, disse. O parecer foi dado por empresa acionada para avaliar os aparelhos.

Laudo

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A substituição dos transformadores não tranquilizou os professores. Preocupados e com medo de um novo problema, eles iniciaram um movimento interno contra a situação de insegurança no departamento e pediram ao Corpo de Bombeiros, ainda na quinta-feira 29, laudo pericial sobre as condições do espaço. A inspeção foi realizada no final da tarde do dia seguinte.

Entregue ao departamento na terça-feira, o parecer dos Bombeiros apontou problemas que comprometem as condições de segurança contra incêndio por estarem em desacordo com as normais atuais. Entre elas, documentação, sinalização, iluminação, saídas de emergência, sistema de alarme, chuveiros automáticos, hidrantes e extintores inexistentes ou insuficientes. “Um dos maiores problemas é mesmo a falta de saída de emergência. Só existe uma porta para entrar e sair do departamento”, reclamou a professora Alba Cristina Magalhães, do curso de Ciência da Computação.

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O laudo dos Bombeiros é assinado pelo chefe da seção de vistorias, Alfredo Moreira da Silva, e pelo agente fiscalizador do Departamento de Segurança contra Incêndio, Raimundo Ferreira de Moura Júnior. “Mais da metade de todas as atividades do nosso departamento são desenvolvidas nessa área ameaçada. Não dava para interromper parcialmente. Nosso objetivo é realocar a estrutura para outros espaços”, afirmou Priscila Barreto, chefe da unidade. O departamento possui três salas de aula, três laboratórios e secretarias de graduação e pós-graduação. Ao todo, são 910 alunos, incluindo os de mestrado e doutorado. Outras 1,2 mil pessoas estão matriculadas nas chamadas disciplinas de serviço, oferecidas para estudantes de outros cursos.

Perícia

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O prefeito acredita que o transformador não oferece riscos, mas uma perícia será feita no local. Francisco Cassiano alega que o parecer dos Bombeiros aponta as más condições de evacuação da unidade em caso de incêndio e não do equipamento. “Os peritos não avaliaram a situação do transformador. A avaliação considera se o espaço é seguro ou não em um caso de incêndio”, explica.

A pedido do chefe de gabinete Davi Diniz, a prefeitura solicitou avaliação pericial por uma empresa especializada em segurança elétrica. “O laudo está previsto para a próxima quarta-feira, mas inspeção preliminar feita pela empresa que avaliará a situação afirma que não há risco iminente”, disse o chefe de gabinete. A empresa é a EngeTop Engenharia Ltda.

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A solução definitiva pode vir daqui a 60 dias, quando deve ser entregue o novo prédio da unidade, com mais de 4 mil metros quadrados, nas imediações do pavilhão João Calmon, fora do ICC.

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