Centros acadêmicos da UnB confirmam greve

Decisão dividiu os estudantes; professores da universidade estão parados desde o dia 21 de maio; assembleia marcada para esta quinta-feira 31 vai decidir se os servidores também entrarão em greve



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UnB Agência - Em uma das maiores sessões do Conselho de Entidades de Base (CEB) da história recente da Universidade de Brasília, com participação de 46 Centros Acadêmicos (CAs), os estudantes ratificaram a decisão da assembleia geral da quinta-feira passada, decidiram entrar em greve e, por 34 votos a sete, resolveram apoiar a paralisação dos professores. Uma das reivindicações estudantis é a paridade na eleição para reitor. A decisão sobre as regras do pleito e seu calendário será nesta sexta-feira, 1º de junho, no Conselho Universitário (Consuni), onde os alunos de graduação têm 13 dos 94 assentos.

O ponto mais polêmico da reunião foi a greve estudantil. Foram 22 votos a favor contra 20. Quatro CAs se abstiveram. "A greve é uma realidade em todo o país. Qual deve ser o nosso papel de estudante nesse processo? Não vamos fazer meia greve, façamos uma greve inteira", afirmou Heitor Zanini, estudante de Sociologia.

"Acho que não cabe ao estudante fazer greve, só ao professor", defendeu Gabriel Coelho, do CA de Engenharia Mecatrônica. "São 14 universidades em greve estudantil e 52 com greve docente. Essa é uma grande oportunidade para fazer o debate sobre o que queremos da educação pública. Se abster de um movimento tão importante como esse significa fazer um debate despolitizado e isolado", defendeu Patrícia da Mata, estudante de Pedagogia e diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE).

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Já para Mateus Assunção, da Economia, o prejuízo de uma greve estudantil atinge os trabalhadores que dependem dos resultados acadêmicos produzidos pela universidade. "Quando vocês param a universidade, vocês cospem na cara das pessoas que pagam 40% de impostos nesse país, que são os trabalhadores", protestou. Ao rebater, Octavio dos Santos, do CA de Arquitetura e Urbanismo, lembrou que greve não é sinônimo de braços cruzados. "A greve não para as atividades, ela continua a reflexão na universidade", afirmou. "Ela [greve] tem se mostrado eficaz como movimento, historicamente. Foi assim na década de 1980, em outros momentos, como a queda dor reitor", emendou Lucas Barbosa, do CA de Letras.

O comando local de greve, que já havia sido instituído na semana passada - quando mais de 400 estudantes optaram pela interrupção das atividades - passará a se reunir às segundas, quartas e quintas, sempre às 18h, na entrada norte do Instituto Central de Ciências (ICC), local popularmente conhecido por Ceubinho.

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Piquetes

Depois de aprovada a greve, CAs que votaram contra a paralisação pediram uma moção contra os chamados piquetes, atividades que visam estimular a interrupção das atividades acadêmicas. "As manifestações lúdicas, passar de sala em sala, tudo isso é completamente necessário, e o DCE vai apoiar. Mas ninguém é obrigado a aderir. A greve é um direito, não um dever. Invasão de sala, impedir que a aula aconteça, qualquer tipo de violência física, como barrar a entrada em sala, isso é inadmissível", observou Octávio Torres, coordenador geral do diretório.

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"O piquete é um cordão de convencimento. Não creio que haverá esse problema porque isso acaba jogando toda a comunidade acadêmica contra a greve", comentou Patrícia da Mata, da UNE. "Não cabe ao CEB deliberar sobre isso, mas sim ao comando de greve. Fazer uma norma para impedir isso não dá nenhuma garantia que não haverá situação violenta. No comando de greve é que temos que disputar a consciência estudantil sobre os piquetes", acrescentou Wanderson Maia, do CA de Ciência Política.

 

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