Carmen Lúcia confronta Raul Araújo e diz que minuta do golpe não foi citada pelo relator (vídeo)

A juíza interrompeu o ministro Raul Araújo, que lia um voto contrário à inelegibilidade de Bolsonaro

Ministra Cármen Lúcia, do STF
Ministra Cármen Lúcia, do STF (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)


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247 - Responsável pelo voto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deve ser decisivo para formar maioria pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), a ministra Cármen Lúcia defendeu nesta quinta-feira (29) o relator da ação, o ministro Benedito Gonçalves. A juíza interrompeu o ministro Raul Araújo, que lia um voto contrário à inelegibilidade de Bolsonaro. O magistrado afirmava não haver conexão entre a ação e a minuta de golpe encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres em janeiro no Distrito Federal. Os relatos dos ministros foram publicados pelo jornal Folha de S.Paulo.

Se condenado, Bolsonaro só poderá se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos. A sessão será retomada nesta sexta-feira, às 12h, justamente com o voto de Cármen. O placar ficou em 3 a 1 contra o ex-ocupante do Planalto. Basta apenas mais um voto para a formação de maioria pela inelegibilidade. Faltam votar Cármen, Alexandre de Moraes e Kassio Nunes Marques.

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Em ação judicial, o PDT acusou Bolsonaro de abuso de poder e ataques à democracia, porque, no ano passado, ele disse a embaixadores que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável. O evento foi transmitido pela TV Brasil, o que aumentou a repercussão das fake news do então chefe do Executivo federal contra urnas eletrônicas.

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"Não me pareceu que no voto do ministro relator tivesse nenhuma referência, nem de autoria e nem de responsabilidade, do primeiro investigado [com a minuta golpista]. Eu por exemplo, no meu voto, nem uso este dado. Fiz um voto apenas da cena que é o objeto do cuidado [a reunião com embaixadores]. Vossa excelência está excluindo alguma coisa, mas sem pertinência com o que o relator teria dito. Não sei se o ministro Benedito acolhe a minha compreensão no sentido de que vossa excelência não se manifestou sobre este documento, este rascunho, nem isso foi fundamento de voto. Só para ficar claro", disse.

Presidente do TSE, Moraes, acrescentou: "o longo voto do ministro relator se baseou na reunião. O fato de ter juntado essa minuta golpista em nada afetou o voto do relator, e não se apurou ainda —ainda— a responsabilidade disso."

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Benedito concordou e afirmou que "não se está apurando minuta". "[A minuta] foi um reflexo da conclusão que eu tive no meu voto, dos efeitos do discurso feito em 2018 e na reunião que se apura no tocante à inverdade das urnas eletrônicas".

Raul rebateu e disse que houve "farta referência" à minuta no voto de Benedito.

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O advogado do ex-presidente, Tarcísio Vieira de Carvalho, admite recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de derrota na corte eleitoral.

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