Câmara chama ministro Marinho para explicar "Bolsolão" do governo Bolsonaro

O "Bolsolão" foi um esquema do governo Jair Bolsonaro para controlar os deputados, criando, no fim do ano passado, um orçamento secreto de R$ 3 bilhões, liberado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em troca de apoio ao governo

Rogério Marinho e Jair Bolsonaro
Rogério Marinho e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)


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247 - O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, deverá comparecer à Câmara dos Deputados no dia 8 de junho para prestar esclarecimentos sobre o orçamento secreto, chamado de “Bolsolão”. O pedido de convocação do ministro foi apresentado pelo deputado federal Rogério Correia (PT) e foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Casa, nesta terça-feira, 18.

O “Bolsolão” foi um esquema do governo Jair Bolsonaro para controlar os deputados, criando, no fim do ano passado, um orçamento secreto de R$ 3 bilhões, liberado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional em troca de apoio ao governo. A maioria da verba  foi destinada à compra de equipamentos agrícolas e tratores por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo.

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Em requerimento, Correia afirmou que “este arranjo espúrio, além de ferir gravemente as normas constitucionais que definem as emendas parlamentares impositivas, dificulta a fiscalização e controle por parte Tribunal de Contas da União (TCU) e da sociedade, configurando grave interferência na independência e equilíbrio entre os poderes da República, além da ineficiência alocativa dos recursos públicos”.

A manobra de Bolsonaro no Congresso foi feita às vésperas das eleições que elegeram Arthur Lira (PP) para a presidência da Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM) para o Senado.

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Diante do acontecimento, Bolsonaro é alvo de duas representações enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), uma do deputado Marcelo Freixo (PSOL), líder da minoria, e outra do subprocurador Lucas Rocha Furtado, enquanto alguns deputados querem criar uma “CPI do Tratoraço”, no momento em que no Senado ocorre a CPI da Covid.

O requerimento de Correia foi alterado e Marinho foi convidado para comparecer à Comissão do Trabalho e, portanto, ele não é obrigado a comparecer.

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