Braga Netto, que ameaçou CPI, tratou de vacinas indianas com embaixador em outubro de 2020
O encontro ocorreu no dia 13 de outubro do ano passado e as negociações para a aquisição da vacina indiana Covaxin começaram cinco semanas depois, em 20 de novembro
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - Na época ministro-chefe da Casa Civil, o atual ministro da Defesa, general Braga Netto, se reuniu no Palácio do Planalto com o embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy, para falar sobre vacinas fabricadas no país, como a Covaxin, cuja compra superfaturada pelo Ministério da Saúde tem sido alvo de crise no governo de Jair Bolsonaro, segundo o Radar da Veja.
Netto cobrou o embaixador por não ter recebido, naquele momento, nenhuma proposta de venda de vacinas contra Covid-19 fabricadas no país asiático. O encontro ocorreu no dia 13 de outubro do ano passado e as negociações para a aquisição da vacina indiana começaram cinco semanas depois, em 20 de novembro.
A informação consta em um telegrama reservado do Itamaraty, enviado em 19 de outubro pela Secretaria de Estado das Relações Exteriores à embaixada do Brasil em Nova Délhi, que foi obtido pela CPI da Covid no Senado.
“Perguntado pelo ministro da Casa Civil, o embaixador Reddy apresentou panorama da pandemia de COVID-19 na Índia. Disse que seu país deseja reforçar relações com o Brasil na área farmacêutica (em especial fornecimento de vacinas contra a COVID e medicamentos genéricos). Chamou atenção sobretudo para o diferencial indiano de preços nessa área”, relata o telegrama.
“O ministro Braga Netto observou que o Brasil não recebera proposta formal de venda de vacinas contra COVID-19 fabricadas na Índia. O embaixador Suresh Reddy confirmou essa informação mas referiu-se à intenção da Índia de fornecer vacinas para outros países (em conformidade com discurso do PM [Primeiro-ministro] Modi na abertura da 75ª AGNU [Assembleia Geral das Nações Unidas]”, prossegue.
Militares ameaçam CPI
Na quarta-feira, 7, o ministro Braga Netto e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica emitiram uma nota oficial contra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD). A cúpula militar negou ter militares envolvidos em corrupção no Ministério da Saúde.
“O ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção. Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”, assinala o texto.
“As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”, finalizam os militares no documento.
Inscreva-se no canal Cortes 247 e saiba mais:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247