Bolsonaro sinaliza saída de assessor racista, mas Congresso quer Ernesto Araújo fora para resolver impasse
Os parlamentares continuarão cobrando apesar da disposição de Jair Bolsonaro para exonerar o assessor especial da Presidência, Filipe Martins
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247 - O Congresso sinalizou que não haverá paz com o governo federal enquanto Ernesto Araújo continuar no Ministério das Relações Exteriores, segundo o jornal O Globo.
Os parlamentares continuarão cobrando apesar da disposição de Jair Bolsonaro para exonerar o assessor especial da Presidência, Filipe Martins, ligado a Araújo - e que recentemente foi alvo de críticas após realizar gestos racistas durante sessão no Senado.
Integrantes do governo Jair Bolsonaro já avaliam a situação do ministro Ernesto Araújo no Itamaraty como "insustentável", segundo Bela Megale, do jornal O Globo.
Araújo foi criticado tanto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). Por isso, Bolsonaro já sonda deixar o ministro fora do Itamaraty.
Parlamentares disputam cargo
Parlamentares estão disputando a vaga no Itamaraty. O favorito para o cargo é o senador Nelsinho Trad (PSD), que comanda a Comissão de Relações Exteriores e que tem o apoio do senador Ciro Nogueira (PP), líder do Centrão no Senado e um dos principais aliados de Jair Bolsonaro.
Outros senadores sondados são o ex-presidente Fernando Collor de Melo (PROS) e o parlamentar Antonio Anastasia (PSD).
O irmão de Nelsinho, deputado federal Fabio Trad, pediu para seu irmão não participar do governo Bolsonaro. "É melhor preservar a independência", disse o deputado aconselhando o irmão.
Ele perguntou o que eu achava. Falei Nelson, é um governo de extrema-direita, a extrema-direita prendeu e torturou nosso pai (o ex-deputado Nelson Trad, falecido em 2011). Ele falou 'é verdade, irmão. Vou pensar.'", contou o parlamentar, segundo reportagem do jornal O Globo.
MPF quer investigar assessor racista
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul pediu investigação contra o assessor de Assuntos Internacionais, Filipe Martins, que fez um gesto considerado como um sinal utilizado por supremacistas brancos durante sessão no Senado, na quarta-feira, 24.
O Ministério Público Federal (MPF) quer investigar se o assessor do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pode ser enquadrado por “suposta prática de crime de racismo e improbidade cometido por servidor público federal, no exercício do cargo”.
Segundo o procurador que assinou o despacho, Enrico Rodrigues de Freitas, existem “indícios mínimos capazes de ensejar a investigação criminal de ocorrência de fato criminoso”. Martins pode ser acusado de “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, bem como por sua repercussão na esfera de improbidade administrativa, posto que praticado no exercício de função pública federal”.
A notícia de fato contra o assessor internacional foi enviada à Procuradoria da República do Distrito Federal.
Bolsonaro pode afastar Martins
Segundo o jornalista Gerson Camarotti, no G1, Jair Bolsonaro afirmou a interlocutores que deve afastar o assessor pelo gesto. Na quinta-feira, 25, um dia após o ocorrido, Martins usou as redes sociais para afirmar que estava apenas arrumando a lapela do terno. Ele ainda ameaçou com processos judiciais quem associa o fato ao nazismo.
Ele é seguidor do astrólogo e “teórico” da extrema-direita brasileira Olavo de Carvalho e é considerado como um aliado de confiança dos filhos de Jair Bolsonaro. Ele já trabalhou para o governo dos Estados Unidos.
No dia 24, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), decidiu instaurar uma investigação para saber se o assessor especial fez gestos supremacistas durante sessão do Senado Federal na qual acompanhava o chanceler Ernesto Araújo.
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