Bolsonaro monta sua tropa de choque para CPI e presidente do PP será o chefe
Para se defender na CPI da Pandemia, Jair Bolsonaro, que cometeu vários crimes de responsabilidade, tem o apoio do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP. O Planalto pretende emplacar na comissão mais três nomes que defenderam a perseguição a governos estaduais - um do Podemos, um do PSDB e outro do PSL. Bolsonaro é alvo de mais de 100 pedidos de impeachment
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247 - Na tentativa de blindar o governo federal na CPI da Covid, Jair Bolsonaro moveu a sua tropa de choque. De acordo com assessores palacianos, ele conta com o apoio do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP e um dos principais dirigentes do bloco do centrão, que aderiu no ano passado à base aliada. Bolsonaro pretende emplacar na comissão parlamentar de inquérito mais três nomes que defenderam a tese da necessidade de se ampliar a investigação para estados e municípios: Eduardo Girão (Podemos-Ceará), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Soraya Thronicke (PSL-MS).
Desde o começo da pandemia, Bolsonaro cometeu inúmeros crimes de responsabilidade, ao violar recomendações de autoridades de saúde. Fio a vários eventos sem máscara, estimulou aglomerações e fez diversos discursos contra o isolamento social. Mais de 100 pedidos de impeachment contra ele foram protocolados no Congresso Nacional.
A tendência é que o colegiado do Senado seja majoritariamente formado por nomes da oposição a Bolsonaro, como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de acordo com informação do jornal Folha de S.Paulo.
O governo também quer municiar senadores governistas com uma espécie de apostila de prestação de contas da pandemia do coronavírus. A ideia é que o material seja preparado em conjunto pelos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e das Comunicações, Fábio Faria. O Planalto estuda, ainda, fazer uma análise prévia nos contratos principais da Saúde para afastar indícios de irregularidades.
Membros do governo, especialmente, Jair Bolsonaro ficaram mais desgastados com a divulgação de uma conversa em que ele afirmou ao senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) ter a intenção de mudar os rumos da CPI. No diálogo, Bolsonaro também falou em pedir impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. O parlamentar anunciou rompimento da relação com Bolsonaro.
A divulgação não aconteceu uma boa hora. No final do mês passado, Bolsonaro demitiu o único integrante doa gestão que tinha uma boa interlocução com o STF: o general Fernando Azevedo, ex- titular da Defesa. Ex-assessor do ministro Dias Toffoli, o militar da reserva era escalado por Bolsonaro sempre que a relação entre o Supremo e o Planalto estava ruim.
Senado x ministérios
Atualmente, a Esplanada dos Ministérios não tem um ministro que seja senador. Deputados federais comandam cinco pastas. Como o governo não conseguir fazer articulações para barrar a CPI, a avaliação foi a de que, em um futuro próximo, o Senado tem de ser contemplado com um cargo ministerial.
O governo estuda contemplar o Senado com os ministérios do Desenvolvimento Regional e da Agricultura. Os nomes favoritos para ocupar uma das pastas são os dos senadores Eduardo Gomes (MDB) e Jorginho Mello (PL).
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