Bolsonaro infla salários de militares em até 73% ao custo de R$ 26 bilhões em 5 anos

Em plena pandemia do coronavírus, a bonificação concedida a militares será incorporada na folha de pagamento de julho, com impacto de R$ 1,3 bilhão neste ano, segundo os ministérios da Economia e da Defesa. Alvo de investigações, Jair Bolsonaro tenta agradar às Forças Armadas, que comandam 10 das 23 pastas de alto escalão do governo

(Foto: Marcos Corrêa/PR)


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247 - O aumento de até 73% na bonificação salarial concedida aos militares das Forças Armadas que fazem cursos ao longo da carreira custará R$ 26,54 bilhões em cincos anos. Em plena pandemia do coronavírus, o "penduricalho" será incorporado na folha de pagamento de julho dos militares, com impacto de R$ 1,3 bilhão neste ano, segundo nota técnica do ministério da Economia e dados do ministério da Defesa, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). O reajuste foi aprovado com a reforma da Previdência dos militares, no fim do ano passado. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo

Oficiais das Forças Armadas comandam 10 dos 23 ministérios e são maioria no Palácio do Planalto. Atualmente, os maiores salários brutos entre os 381 mil militares em geral são do general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e do almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia). Em março, último pagamento publicado pelo governo, eles receberam, respectivamente, R$ 51.026,06 e R$ 50.756,51, conforme o Portal da Transparência. Os valores, no entanto, esbarram na regra do abate-teto, pela qual ninguém pode ganhar mais do que um ministro do Supremo, que recebe R$ 39,2 mil.

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O reajuste nas bonificações dos militares não é por acaso. Bolsonaro tem o mandato ameaçado por denúncias de crime de responsabilidade apresentadas no Congresso, um inquérito por acusação de interferência na Polícia Federal tramitando no Supremo Tribunal Federal e julgamento de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Desde o começo do governo, Bolsonaro tem protegido as carreiras militares. Em crise de popularidade e de articulações, ele busca ampliar sua base de apoio, composta por militares, policiais, evangélicos, ruralistas e, agora, políticos do chamado Centrão. 

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O governo também tem dificuldades do governo para prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600 à população mais afetada pelos efeitos do coronavírus. 

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