Bolsonaro avalia mudar ministro da Saúde só após a quarentena
Embora Jair Bolsonaro tenha saído em defesa do atual ministro interino, general Eduardo Pazuello, a pressão pela mudança da chefia do Ministério da Saúde aumentou após críticas do ministro Gilmar Mendes
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247 - Jair Bolsonaro deve avaliar novo ministro da Saúde após voltar da quarentena, segundo informações do portal O Antagonista. Bolsonaro está afastado das atividades após dizer estar infectado pelo coronavírus.
A notícia é confirmada pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, que disse que "tudo indica" que Bolsonaro substituirá Pazuello na Saúde em um "momento próximo", em entrevista à GloboNews.
Embora tenha saído em defesa do atual ministro interino, general Eduardo Pazuello, a pressão pela mudança da chefia do Ministério da Saúde aumentou após críticas realizadas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Pazuello foi pressionado por militares do Palácio do Planalto a deixar a ativa das Forças Armadas diante do desgaste, mas o general afirmou não querer isso no momento.
Mourão disse para a Globo que o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, "compreendeu que o ciclo dele dentro da força havia se esgotado" e que era "o momento de ele passar para a reserva, que para nós, que fomos soldados a vida de inteira, é um momento doloroso. Já o caso do Pazuello é diferente, ele é interino. Está há dois meses no cargo".
Bolsonaro quer um ministro titular para o cargo até o fim de agosto, quando se espera que tenha uma diminuição no número de infectados e mortos pela Covid-19. Apesar dos 74 mil mortos no País diante da pandemia, Bolsonaro elogiou Pazuello, em postagem no Facebook:
"Quis o destino que o Gen. Pazuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.500 servidores no Ministério o Gen levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olimpíadas do Rio. Pazuello é um predestinado, nos momentos difíceis sempre está no lugar certo para melhor servir a sua Pátria. O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado", disse.
Bolsonaro ainda orientou o atual ministro interino a telefonar para o ministro Gilmar Mendes. O general foi orientado a buscar um diálogo com o magistrado, que confirmou o encontro. "Foi uma conversa cordial", disse ele, sem entrar em detalhes.
Panorama da crise
Gilmar Mendes afirmou em live transmitida pela TV 247 no sábado, 11, que “o Exército está se associando a esse genocídio” causado pela ingerência do governo de Jair Bolsonaro contra pandemia e a ocupação militar do Ministério da Saúde, em secretarias e na chefia do órgão. Ele reforçou a crítica no domingo, 12, após um tweet pedindo que a presença dos militares seja revista:
“Não me furto (...) a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”.
Em reação, os ministros militares divulgaram no início da tarde de segunda-feira, 13, uma nota de repúdio contra Gilmar Mendes. Assinam a nota o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica). Uma outra já havia sido publicada no fim de semana.
Além da nota, a cúpula militar entrou com uma representação contra o ministro do STF na Procuradoria Geral da República (PGR), utilizando-se da Lei de Segurança Nacional e do Código Penal Militar.
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