Bolsonaro agora planeja dar cargos ao centrão no 2º escalão do governo

Jair Bolsonaro planeja fazer até o final do ano novas concessões ao bloco do centrão, indicando nomes para o segundo escalão. O grupo tem cerca de 200 deputados. Primeira sigla contemplada foi o PSD, para a Telebrás. PL e PP estão de olhos na pasta do Desenvolvimento Regional. Governo também estuda deslocar Ricardo Salles do Meio Ambiente para o Turismo

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa - PR)


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247 - Na tentativa de manter a governabilidade em um contexto de eleições municipais, pandemia do coronavírus e estagnação da economia, Jair Bolsonaro planeja fazer até o final do ano novas concessões ao bloco do centrão, com a indicação de nomes para o segundo escalão. Com cerca de 200 dos 513 deputados atualmente, o centrão atacou Bolsonaro na campanha citando-o como exemplo da chamada velha política. O grupo é formado principalmente por PP, PL, PTB, Republicanos e PSD (esse último nega fazer parte). DEM, MDB e Solidariedade também integram parte do bloco na Câmara, comandado pelo líder do PP, Arthur Lira (AL).

O primeiro partido contemplado com as concessões será o PSD. O governo acertou com a bancada da legenda na Câmara dos Deputados a nomeação de Jarbas Valente para o comando da Telebrás, de acordo com reportagem dos jornalistas Gustavo Uribe, Danielle Brant e Julio Wiziack, publicada na Folha de S.Paulo. No Michel Temer, ele presidiu a Telebrás por indicação de Gilberto Kassab, um dos fundadores do PSD, que era então ministro de Ciência e Tecnologia.

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De acordo com assessores do governo, legendas como PP e PL discutem com a articulação política indicações para postos no Ministério do Desenvolvimento Regional. Políticos miram os comandos das secretarias nacionais de Habitação e de Saneamento. A primeira é responsável pelo programa Casa Verde e Amarela, o antigo Minha Casa Minha Vida. Quem está à frente dela é o economista Alfredo Eduardo dos Santos, que assumiu o cargo em dezembro.

A segunda é comandada pelo economista Pedro Ronald Borges, que, segundo assessores palacianos, tem como padrinho político o senador Roberto Rocha (PSDB-MA). A sigla tucana não faz parte da base aliada, o que tem sido questionado por integrantes do centrão.

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O PP e o PL detêm as maiores bancadas no bloco do centrão, com 40 e 41 deputados federais, respectivamente. Uma das opções para agradar a uma das legendas é oferecer o comando do Ministério da Cidadania, atualmente comandada por Onyx Lorenzoni, do DEM. Este foi retirado no início do ano da Casa Civil.

O Planalto também cogita tirar Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente para recolocá-lo no Turismo, o que abriria mais um posto para os novos aliados. O objetivo seria reverter a imagem negativa dele em um contexto de recordes de desmatamento e as consequentes críticas ao Brasil vindas do exterior, com ameaça de boicote a eventuais investimentos no País. 

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As críticas à gestão dele na pasta aumentaram a partir do segundo trimestre deste ano, após a divulgação de conteúdo de um vídeo da reunião ministerial que aconteceu no dia 22 de abril, quando Salles sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada".

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