Auditor do TCU diz que Bolsonaro indicou seu pai para cargo na Petrobras
Ricardo Silva Marques teria enviado a Jair Bolsonaro o relatório duvidando do número de mortes pela Covid-19, que levou ao afastamento do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques
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247 - O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques afirmou em seu interrogatório que seu pai foi indicado para um cargo na Petrobras por Jair Bolsonaro.
Nesta segunda-feira (13), Alexandre foi afastado do TCU por 45 dias. O auditor é apontado como responsável pela elaboração de um relatório paralelo que duvidava do número de mortes pela Covid-19 no Brasil. O documento foi utilizado por Bolsonaro para tentar minimizar a pandemia.
No interrogatório, obtido pelo Globo, Alexandre contou sobre como seu pai, Ricardo Silva Marques, assumiu a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras após um processo seletivo e a indicação de Bolsonaro.
"O meu pai só me informou que ele foi indicado para aquela gerência de Inteligência e Segurança Corporativa... ele, meu pai, desde que saiu do Exército, ele foi para a reserva em 98, ele sempre atuou nessa área de segurança corporativa e inteligência. Ele passou por um processo seletivo interno da Petrobras... de avaliação de currículo, entrevistas com diretores com RH, o que eu sei é isso. Mas a indicação foi feita pelo presidente da República", afirmou.
Segundo o auditor, seu pai enviou o relatório paralelo a Bolsonaro. Ricardo é um coronel reformado do Exército da mesma turma do chefe de governo na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Ele assumiu o cargo na Petrobras em 2019.
Em 2019, Alexandre foi indicado para uma diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo presidente da instituição, Gustavo Montezano. Segundo o auditor, seu currículo foi enviado diretamente por Bolsonaro a Montezano.
"[E]m função dessa minha concordância, digamos assim, ele [Ricardo] encaminhou o meu currículo ao presidente da República, como eu falei, ele tem esse contato, por terem sido colegas na Aman, e o presidente da República encaminhou meu currículo ao então recém nomeado presidente do BNDES, Gustavo Montezano", afirmou. Um colegiado do TCU rejeitou a transferência de Alexandre.
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