Assessor de Pazuello diz que vírus atrapalhou Ministério da Saúde em análise de oferta da Pfizer

Uma série de e-mails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostra que a farmacêutica tentou negociar vacinas com o governo, mas não obteve respostas conclusivas do Ministério da Saúde. O ex-secretário Élcio Franco alegou que havia um vírus instalado na rede de computadores da pasta

(Foto: Reuters | ABr)


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247 - O ex-secretário do Ministério da Saúde Élcio Franco alegou que um vírus instalado na rede de computadores da pasta dificultou a análise de uma oferta de vacinas por parte da farmacêutica norte-americana Pfizer. Durante o comando do general Eduardo Pazuello na pasta, Franco ocupou o segundo posto mais importante no ministério.

O ex-secretário terá de prestar depoimento à CPI da Covid na próxima quinta-feira, 27. Nesta segunda-feira, 24, foi divulgado o documento enviado à Pfizer sobre o suposto vírus.

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“Informo que, em virtude de um problema de vírus em nossa rede do Ministério da Saúde, estamos com uma série de dificuldades de conexão em rede e abertura de e-mails, o que dificultou ou até impediu o acesso aos arquivos enviados até a presente data, assim como sua respectiva análise”, escreveu o então secretário em 10 de novembro de 2020.

No dia anterior, 9 de novembro, a farmacêutica enviou e-mail ao ministério ressaltando a necessidade de “confirmação urgente” pelo governo de Jair Bolsonaro sobre o “número de doses a ser considerado no segundo semestre”. 

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Em documentos enviados à CPI da Covid, a farmacêutica Pfizer alertou o governo de Jair Bolsonaro que as doses reservadas ao Brasil seriam distribuídas a outros países se não houvesse resposta às propostas. Este último aviso ocorreu no dia 24 de novembro do ano passado.

“Devido às notícias de hoje, a procura de doses está aumentando, e se não respondermos em breve, outros países que estão na iminência de fechar um acordo estão propensos a solicitar mais doses, o que incluiria as que estão agora alocadas para o Brasil no primeiro semestre. Por isso nossa urgência”, escreveu um dos diretores da Pfizer no dia 9/11.

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Ainda, em 11 de novembro, a Pfizer enviou nova oferta, atualizada, ao Ministério da Saúde.

Governo Bolsonaro atrasou vacinação

Uma série de e-mails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostra que a farmacêutica tentou negociar vacinas com o governo, mas não obteve respostas conclusivas do Ministério da Saúde.

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De 14 de agosto a 12 de setembro de 2020, a Pfizer enviou ao menos menos dez e-mails discutindo e cobrando resposta formal do governo sobre a oferta apresentada.

A primeira oferta da empresa foi formalizada ao Brasil em 14 de agosto, de 30 milhões e 70 milhões de doses, e tinha validade até o dia 29 daquele mês.

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Após o envio do documento, a Pfizer mandou emails por três dias cobrando resposta, sem sucesso. 

A oferta da Pfizer previa início de imunização em dezembro do ano passado, com 1,5 milhão de doses e mais 3 milhões no primeiro trimestre deste ano. Mas o governo Bolsonaro só firmou acordo com o laboratório em março de 2021. 

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