“Aqui não tem segurança nenhuma”, diz agente

Todas as unidades de internao para menores infratores do Distrito Federal esto em Operao Padro; categoria reivindica condies de trabalho; movimento no tem data para acabar; relatrio do Conselho Nacional de Justia considerou o Caje o pior centro do pas; unidade funciona com metade do efetivo necessrio para cada planto



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Andressa Anholete _Brasília 247 – Depois do acordo para o fim da Operação Tartaruga da Polícia Militar (PM), o governo do Distrito Federal (GDF) vai enfrentar o mesmo problema, desta vez, com os agentes dos centros de internação para menores infratores. A categoria alega não ter as condições mínimas para o trabalho. A assessoria de imprensa da secretaria da Criança, responsável pelas unidades, afirmou que ainda não foi informada oficialmente da Operação Padrão.

“Aqui não tem segurança nenhuma”, conta Valdemar Paes, presidente do Sindicato dos Atendentes de Reintegração social (Sind-ATRS/DF), que há 27 anos trabalha como agente de ressocialização. “Estamos com 40 agentes para 417 internos no Caje. O ideal seriam 80”, explica o presidente indignado com o fato da unidade ter quase três vezes mais pessoas do que o previsto, a estrutura é para 160 jovens. Ao todo, são 1.500 funcionários para atender três unidades de internação, quatro de semi liberdade e 14 de liberdade assistida, sendo que 300 servidores estão alocados em outros órgãos.

Paes explica que, segundo as normas, é necessário um agente a cada cinco internos para atividades como escola, lazer e oficinas profissionalizantes. Já para escoltas externas, a proporção é de dois para um. A categoria afirma com a adesão a Operação Padrão, essas regras serão seguidas. “Até ontem estava acontecendo escoltas externas com 10 internos para 3 agentes”, detalha Paes. Ele conta que já houve situação de ter 114 internos para três agentes durante o pernoite. Com a sobrecarga, a presidente alega que aumentaram as ausências por atestado médico.

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Hoje, cinco aulas foram canceladas por falta de agentes para acompanhar os detentos. Estão suspensas as atividades de lazer e oficinas. O funcionamento dos centros de internação também terá prejudicada com menos saídas com os detentos. O Sind-ATRS/DF afirma que a operação padrão vai continuar até que sejam definidas melhores condições de trabalho.

Caje

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“O Caje está desprezado, estamos jogados as traças”, diz Valdemar Paes que conta que os agentes chegaram até a fazer vaquinha para comprar lâmpadas e tintas, que já conseguiram doações de colchões para os jovens e até colocaram os internos para ajudar na manutenção da unidade. Segundo ele, nove jovens estão morando em um corredor entre um módulo e outro. Paes diz que com o passar dos anos, o cuidado com o centro de internação ficou cada vez pior.

“Não tem como fazer um trabalho de ressocialização. O adolescente chega aqui e sai pior”, resume o presidente do Sind-ATRS/DF.

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O relatório do Conselho Nacional de Justiça afirmou que o Caje é a pior unidade de internação do país. Concluiu ainda que o Distrito Federal tem a taxa de internação três vezes maior do que a média. Das cinco novas unidades de internação prometidas pelo governo do Distrito Federal, no ano passado, três foram licitadas, de acordo com a secretaria da Criança. A previsão é que as unidades de Brazlândia, Santa Maria e São Sebastião estejam funcionando no início de 2013.

Promessas

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No ano passado, os agentes dos centros de internação fizeram uma paralisação de 72h no dia 26 de novembro. O movimento foi suspenso porque, em reunião com o GDF, ficou acordado que 180 servidores seriam nomeados até 29 de dezembro de 2011, além da entrega de viaturas novas, reparos gerais no Caje e reuniões para a reestruturação da carreira. De acordo com Valdemas Paes, até agora nada foi feito.

 

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