Aplausos de ministro do TST a discurso em que Bolsonaro diz que pode desobedecer o STF deixam Judiciário perplexo

"Não me sinto confortável com o ativismo judicial, com a forma como o Judiciário está funcionando", justificou o ministro Ives Gandra Martins Filho

Ives Gandra Martins Filho
Ives Gandra Martins Filho (Foto: Fellipe Sampaio e Bárbara Cabral/TST)


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247 - Os aplausos proferidos pelo ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho, ao discurso em que Jair Bolsonaro (PL) disse que não irá mais cumprir decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) causou perplexidade junto aos integrantes das cortes superiores.Os aplausos do ministro foram filmados em vídeo. 

"O que eu senti é que o presidente fez um desabafo de cidadão comum. Aplaudi como outros estavam aplaudindo. Era um momento de grande emoção dele [Bolsonaro]", justificou Ives Gandra à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. "Mas uma coisa é o desabafo. Outra é o que ele vai fazer como presidente", completou. 

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Ele também acusou o STF de praticar “ativismo judicial” contra o atual governo. “Entendo perfeitamente o desabafo do presidente. Como cidadão comum, eu também estou revoltado com tudo o que está acontecendo. Não me sinto confortável com o ativismo judicial, com a forma como o Judiciário está funcionando", destacou. 

Segundo ele, essa situação cria uma insegurança jurídica. "Há hoje um neoconstitucionalismo, em que o que interessa não é a vontade do constituinte [que elaborou a Carta Magna], mas sim a vontade do intérprete da Constituição. Ele se opõe ao constitucionalismo clássico, que é baseado em pilares que não podem ser interpretados de forma flexível para atender ao que você gostaria, mas não está na Constituição". 

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“Ives Gandra Martins Filho sempre aparece em listas para ser indicado ao Supremo. Mas acabou sendo preterido tanto por Michel Temer quanto por Bolsonaro. Caso o presidente consiga se reeleger, ele poderá fazer mais duas indicações para o tribunal”, ressalta a reportagem. 

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