Antes criticado por falta de traquejo, Haddad se torna principal ponte entre governo e Congresso

Mesmo diante de derrotas para o Executivo no Congresso, o ministro da Fazenda conseguiu aprovar o arcabouço fiscal com folga

Arthur Lira e Fernando Haddad
Arthur Lira e Fernando Haddad (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)


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247 - Na semana em que o governo amargou derrotas no Congresso e ministros foram alvos de críticas e esvaziamentos em suas pastas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), viu o projeto do novo arcabouço fiscal, prioritário para o Palácio do Planalto e capitaneado por ele, passar com folga no plenário da Câmara, que aprovou a proposta por 372 votos a 108. O resultado, além de contrastar com o desempenho recente do governo na Casa, alçou um petista tido por colegas como um personagem de pouco traquejo político ao posto de articulador eficiente e interlocutor do Executivo junto ao Centrão, informa o jornal O Globo.

Em relação ao marco fiscal, Haddad soube entregar o produto que o Congresso estava disposto a comprar, mas não sem sustos. "Na quarta-feira, Haddad foi alertado de que o União Brasil, partido da base que indicou três ministros, apoiaria uma proposta do PL, de Jair Bolsonaro, que limitava o crescimento das despesas em 2024. A crise se instalou no gabinete. O texto principal do arcabouço havia sido aprovado na noite anterior e faltavam ser apreciados apenas destaques apresentados pela oposição. Se o acréscimo fosse aprovado, o ministério previa no próximo ano um colapso nas áreas de saúde e educação e a paralisação de obras pelo país. Diante do risco de revés, Haddad imediatamente começou a fazer ligações para os seus 'parças' — forma como o ministro se refere nas conversas internas às lideranças do Legislativo com quem estreitou a relação nos últimos meses de intensa articulação', relata a reportagem.

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Enquanto os ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e da Casa Civil, Rui Costa (PT), enfrentam queixas cotidianas, Haddad tem construído canais de diálogo com lideranças hostis aos seus colegas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), elogiou a "sensibilidade gigantesca" do ministro da Fazenda com o Congresso.

A relação entre Haddad e Lira é recente. Eles se conheceram em dezembro do ano passado. Desde então, os diálogos se intensificaram. Segundo aliados, um dos trunfos do ministro da Fazenda tem sido só prometer o que pode realmente cumprir, mantendo fidelidade aos acordos. Em seu mergulho na articulação política, Haddad abriu as portas do ministério a parlamentares.

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Apesar de enfrentar resistências dentro do PT, Haddad vem conquistando destaque como articulador do governo junto ao Centrão. Sua atuação política vem sendo encarada com mais naturalidade atualmente, fruto de sua experiência adquirida ao longo dos anos.

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