Aliados aconselham Guedes a manter política do mercado e deixar governo

O momento ideal para isso seria sua ida ao Congresso Nacional, para onde foi convocado a explicar sua offshore denunciada pelo Pandora Papers, segundo interlocutores do ministro da Economia

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro
Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)


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247 - Interlocutores do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmaram à CNN que o têm aconselhado a “salvar a sua biografia” e deixar claro os princípios que defende deixando o governo de Jair Bolsonaro, assim como os quatros secretários do chefe da pasta que pediram demissão nesta quinta-feira, 21.

“O momento ideal para isso seria sua ida ao Congresso Nacional, para onde foi convocado a explicar sua offshore [denunciada pelo Pandora Papers]. Ali, também aproveitaria para dar sua visão geral sobre sua gestão na pasta desde janeiro de 2019”, diz reportagem de Caio Junqueira.

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Os aliados de Guedes defendem, por isso, que ele antecipe sua ida ao Legislativo.

“Mas ele mesmo vinha tratando nos bastidores da questão fiscal e em especial da regra do teto de gastos como uma espécie de ‘linha vermelha’ e ‘última trincheira’ segundo um interlocutor”, informa Junqueira.

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O repórter argumenta que, nesse sentido, suas declarações de que se poderia flexibilizar a regra do teto dos gastos “foi vista com certa surpresa e muito mais como um aceno à política com o objetivo de demonstrar disposição de sentar na mesa para negociar do que um recuo em si”.

Bolsonaro garante Guedes na Economia

Após demissões de quatro secretários do Ministério da Economia, nesta quinta-feira, 21, Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à CNN, que o ministro Paulo Guedes continua no governo.

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Na entrevista, Bolsonaro ainda disse que a prioridade agora é dar continuidade à agenda de reformas no Congresso. “Defendemos as reformas que estão andando no Congresso Nacional, esse é o objetivo”, afirmou Bolsonaro.

Comentando sobre o programa Auxílio Brasil, programa do governo para substituir o Bolsa Família e o auxílio emergencial, Bolsonaro buscou assegurar o mercado que "nada está sendo feito fora do teto de gastos".

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Auxílio de R$ 400 e precatórios

O relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentou nesta quinta-feira novo parecer para uma proposta, modificando o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que, segundo ele, irá garantir o espaço fiscal para o pagamento de auxílio a famílias de renda baixa de mínimo 400 reais até dezembro de 2022.

Motta explicou que além dos cerca de 40 bilhões de reais estimados caso seja aprovada a parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata especificamente dos precatórios, há perspectiva de abertura de uma margem fiscal de aproximados 39 bilhões de reais adicionais com a mudança nenhum prazo relacionado à correção do teto de gastos.

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“Com esse movimento, teremos o surgimento de espaço fiscal de R$ 39 bilhões. Quando isso se soma aos precatórios, estamos falando de algo na casa de R$ 83 bilhões de espaço fiscal aberto no ano que vem. […] Se o nosso texto for aprovado, nenhuma das 17 milhões de famílias receberá menos R$ 400 até dezembro de 2022”, comentou o parlamentar.

"O teto continuará a ser corrigido pelo IPCA, assim como os precatórios", disse o relator, ao apresentar seu novo texto para um PEC.

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"O que estamos mudando é apenas o período ... Porque hoje o regramento se dá do meio do ano até o meio do outro ano ... Estamos mudando esse regramento retroativo a 2016 para janeiro a dezembro, estamos sincronizando", explicou ele.

No parecer, Motta explicou que as mudanças "adaptam" o teto de gastos aos "novos tempos" com a nova metodologia de cálculo, que permite a implementação de medidas extraordinárias --segundo ele, parte desses recursos será destinada à compra de vacinas-- e, simultaneamente, confere "previsibilidade no crescimento dos gastos públicos, o que garante estabilidade da economia".

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A PEC é discutida em comissão especial da Câmara dos Deputados, e votação prevista para a última terça-feira. Mas diante de movimento do governo para inserir na proposta parte das medidas para garantir a ampliação do pagamento de benefícios, foi adiada para quarta-feira, agora, para esta quinta.

O relator aproveitou para pedir aos colegas que a votação não seja deixada para depois, apesar de reclamações de integrantes da comissão, que pedem mais tempo para a análise do novo parecer. Motta comentou que conheço seu relatório às 14h desta quinta.

Segundo ele, há muita especulação sobre o tema e há pressa em aprová-lo porque o governo precisa de 45 dias para operacionalizar o auxílio e fornecê-lo às famílias a partir de dezembro.

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